Não só de "chips" se faz a Nvidia e a gigante tecnológica norte-americana tem os seus olhos postos na China, onde quer desenvolver novas tecnologias de condução autónoma e aumentar as suas capacidades de pesquisa. Para isso, e de acordo com o que fontes anónimas contaram à Bloomberg, a empresa já contratou centenas de pessoas na nação asiática e deve acabar o ano com cerca de quatro mil funcionários só em território chinês.

O número contrasta com os três mil trabalhadores que a Nvidia tinha neste país no arranque do ano. Só em Pequim, a tecnológica decidiu contratar cerca de 200 pessoas para reforçar a sua equipa de investigadores que trabalham no ramo dos veículos de condução autónoma, com recurso a inteligência artificial (IA).

Este movimento acontece numa altura em que a Nvidia tem tentado estabelecer boas relações com a China. É de relembrar que a fabricante de semicondutores está proibida de vender uma grande parte dos seus "chips" no país asiático, apesar de ter conseguido contornar estas restrições: no terceiro trimestre do ano, o mercado chinês representou 5,4 mil milhões de dólares das vendas da empresa.

No entanto, no início desta semana, as boas relações entre a Nvidia e a China sofreram um revés e foram apanhadas na tempestade comercial que se avizinha entre as duas maiores economias do mundo. O regulador de mercado do país anunciou que está a investigar a gigante norte-americana por suspeitas de violação de leis antimonopólio numa aquisição realizada em 2020 – e que foi, na altura, aprovada por Pequim.  

Numa tentativa de corresponder à procura desenfreada de "chips" de IA que se tem registado nos últimos tempos, a Nvidia tem expandido a sua força laboral a nível mundial. O crescimento tem sido, particularmente, notável na capital chinesa, onde já conta com cerca de 600 pessoas – e o número pode crescer ainda mais. Recentemente, a empresa abriu um novo escritório em Zhongguancun.