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Herdeiro da Samsung libertado após suspensão da sentença
Jay Y. Lee, herdeiro da gigante sul-coreana Samsung, foi libertado depois de um tribunal de instância superior ter suspendido a sentença a que tinha sido condenado devido ao escândalo de suborno.
Detido desde o ano passado, Jay Y. Lee, vice-presidente da Samsung Electronics e o herdeiro da gigante tecnológica, sai esta segunda-feira, 5 de Fevereiro, da prisão depois de um tribunal superior da Coreia do Sul ter determinado a suspensão da sentença que lhe tinha sido aplicada.
A 25 de Agosto, um tribunal da Coreia do Sul sentenciou Jay Y. Lee a uma pena de cinco anos de prisão, depois de ter concluído que este tentou subornar a antiga presidente do país, Park Geun-hye, que foi afastada do cargo devido a este escândalo.
O seu advogado anunciou na altura que o herdeiro do conglomerado empresarial sul-coreano ia recorrer da sentença. O recurso interposto foi avaliado agora por um tribunal superior, que decidiu uma redução da pena de Jay Y. Lee – de cinco anos para 2 anos e meio – avança a Bloomberg. Apesar desta redução de pena, o tribunal determinou ainda que o empresário vai estar em liberdade condicional durante quatro anos.
Favores políticos com suborno a amiga da presidente
Aquando do julgamento, entre os subornos provados em tribunal, está o patrocínio de 6,4 milhões de dólares que Lee concedeu à carreira de uma filha de Choi Soon-sil (amiga da anterior presidente Park Geun-hye) na equitação.
Em troca destes subornos, Lee obteve o apoio do Governo sul-coreano na controversa fusão realizada em 2015 entre duas companhias, numa operação que ajudou o herdeiro da Samsung a reforçar o controlo sobre o conglomerado, que fabrica telemóveis e "chips" mas está também presente noutras áreas de actividade, como a farmácia e a hotelaria.
O vice-presidente da Samsung Electronics e filho do presidente do grupo Samsung era acusado de ter pago 38 milhões de dólares em subornos a Choi Soon-sil, amiga e confidente de Park.
Conhecida como "Rasputina", Choi Soon-sil é a figura central no escândalo de corrupção e tráfico de influências que abalou a Coreia do Sule e levou à destituição da ex-Presidente Park, primeira mulher eleita para o cargo.
O patrão da Samsung
Lee assumiu a liderança efectiva da Samsung em 2014, depois de o seu pai Lee Kun-hee (que é o chairman da empresa) ter nesse ano sofrido um ataque de coração que o deixou incapacitado.
Também Lee Kun-hee foi já no passado condenado a uma pensa suspensa de três anos de prisão, tendo sido acusado de fraude e evasão fiscal. Neste caso cuja sentença foi hoje conhecida, outros gestores da Samsung foram também condenados. O antigo director de estratégia Choi Gee-sung e o antigo presidente Chang Choong-ki foram alvo de uma pena de quatro anos de prisão.
A Samsung foi fundada em 1938 pelo avô de Lee, sendo há vários anos um símbolo da ascensão da Coreia do Sul.