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Harry Potter ensinará crianças a programar com startup Kano

Harry Potter nunca aprendeu códigos de computadores, mas uma startup com sede em Londres pretende ajudar as crianças a programar com ajuda do famoso mago.

29 de Julho de 2018 às 11:00
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Os jovens aspirantes a programadores informáticos poderão usar um novo kit de programação criado pela Kano, que inclui uma varinha mágica física que responde ao movimento da mão, para aprender a recriar alguns dos feitiços vistos nos famosos filmes, como Wingardium Leviosa (feitiço de levitação) e Estupefaça (feitiço que imobiliza o adversário).

 

Quando for lançado, em Outubro, através de uma parceria com a Warner Bros., o kit de programação Harry Potter da Kano custará 99 dólares e apresentará às crianças linguagens de programação como JavaScript, que têm utilidade no mundo real e moderno do design web e do desenvolvimento de software.

 

A Kano, fundada em 2013, produz kits de informática do tipo "faça você mesmo" para crianças - ou para qualquer um - e tem uma plataforma on-line própria com a qual é possível criar jogos.

 

Alex Klein, co-fundador e CEO da Kano, disse que o kit com a varinha mágica foi concebido depois de executivos da Walmart, que comercializa os produtos da startup nos EUA, se terem interessado pelos produtos da empresa que têm sensores de movimento.

 

"Os nossos parceiros do Walmart sugeriram que mostrássemos à Warner Brothers, uma vez que a interacção no ar dava a sensação de mágica, e eles sabiam que Harry Potter estava a crescer", disse Klein por e-mail.

 

Numa visita ao estúdio da empresa de entretenimento em Los Angeles, em 2017, Klein disse que sugeriu que havia "uma ligação para o nosso mundo, onde uma pequena classe de ’magos’ secretos comanda o reino da computação, dos códigos e da aprendizagem de máquina – e os restantes estão ‘emperrados’, como patetas confusos", fazendo referência aos habitantes do universo de Harry Potter que não têm poderes mágicos.

 

A ideia de estimular crianças a programar tornou-se um grande foco comercial para muitas empresas. Em Junho, a Mattel lançou a Robotics Engineer Barbie. Além de um laptop roxo para a boneca polímata ligada à moda, o brinquedo também ajuda as crianças a aprender programação através de uma parceria com a Tynker, uma plataforma educativa baseada em jogos. Já o Lego Boost foi criado pelo novo CEO da empresa dinamarquesa de blocos de construção, Niels B. Christiansen, em parte para dar às crianças acesso a uma nova forma de aprender programação de computadores, mas também para ajudar a reverter a queda nas vendas.

 

Os governos estão a esforçar-se para tornar essas capacidades acessíveis. Em 2015, o presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, prometeu que, por volta de 2025, todos os estudantes de escolas públicas da cidade estarão a aprender ciências da computação. No Reino Unido, esta disciplina faz parte do currículo nacional para crianças a partir dos 5 anos desde 2014. Na China, há anos que os pais matriculam os filhos em aulas de programação já na pré-escola.

 

"Os jovens precisam de aprender a programar para que possam elaborar, seleccionar e fabricar tecnologias com confiança", segundo Adam Freeman, co-fundador da empresa britânica de talentos digitais Freeformers. "Todas as carreiras, profissões ou escolhas de vida beneficiam com essa capacidade e essa mentalidade."

 

A Kano foi fundada em 2013 pelo ex-jornalista Alex Klein, pelo seu tio, o capitalista de risco Saul Klein, e por Yonatan Raz-Fridman. Até ao momento, a empresa recebeu cerca de 37 milhões de dólares em financiamento de capital de risco.

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