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Guerras passam rasteira a startups. Investimento em capital de risco caiu 50%
Segundo o responsável pela Startup Portugal, os efeitos das guerras entre a Rússia e Ucrânia e Israel e o grupo Hamas estão a fazer-se sentir sobretudo nas startups, "que são empresas mais frágeis", com muitas a terem de fazer "ajustamentos nas suas equipas".
"Este ano, registámos uma crescente dificuldade em angariar capital. Existe uma quebra significativa em 'venture capital', menos 50% do que em 2022", revelou António Dias Martins, diretor-executivo da Startup Portugal, durante a receção oficial do Presidente da República às startups do Road 2 Web Summit.
Perante as "situações ecxecionais que vivemos", defendeu, são também precisas "respostas excecionais".
"Algumas delas já estão a ser dadas. Notamos pela positiva o alcance de várias conquistas do ecossistema. Desde logo, a Lei das Startups", apontou, detalhando que, com o conceito legal de startup e scaleup definido, existem "condições para desenhar e implementar política públicas".
O responsável pela Startup Portugal enalteceu ainda o regime fiscal para as "stock options" e a perspetiva do Governo de alargar o benefício do regime fiscal aplicável a estas aos fundadores e gestores. Contudo, defendeu, "apesar do muito que já se fez, não podemos descansar".
"Há desafios e temos de atuar rapidamente", reiterou, lançando dois desafios: "Por um lado, o reforço do apoio das políticas para atração de talento. É muito importante para as startups e neste momento é uma luta. Por outro, um maior incentivo para aumentar o investimento privado em capital de risco e startups em Portugal".
Segundo António Dias Martins, a maior concorrência no capital de risco são os Estados Unidos. "As startups têm de ir ao EUA para se financiarem porque é lá que estão os grandes investidores. Isto porque lá este tipo de financiadores são os fundos de pensões, algo que em Portugal e na Europa não acontece porque há um enquadramento regulatório que não favorece", concluiu.