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Google lança ferramenta que permite "medir" censura dos países

O Google lançou hoje uma nova ferramenta que disponibiliza aos cibernautas informação detalhada sobre todos os pedidos que a empresa recebe de países para censurar informação ou fornecer dados de utilizadores, com excepção da China.

21 de Abril de 2010 às 18:51
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O Google lançou hoje uma nova ferramenta que disponibiliza aos cibernautas informação detalhada sobre todos os pedidos que a empresa recebe de países para censurar informação ou fornecer dados de utilizadores, com excepção da China.

Com a ferramenta "Pedidos de entidades governamentais", a empresa pretende contribuir para uma "maior transparência e responsabilidade", que irá conduzir a "uma menor censura e maior responsabilidade na vigilância governamental".

Atendendo aos princípios e práticas que "regulam a privacidade e a liberdade de expressão 'online'", o Google espera que esta nova ferramenta "seja um primeiro passo rumo a uma maior transparência nestas ações em toda a indústria".

"Esperamos que isso aconteça. Nos demos esse passo, mas não podemos falar pelos outros", disse à agência Lusa Bill Echikson, porta-voz da Google para a Europa do Sul.

Além do número total de pedidos para censura e vigilância em todo o mundo, que serão descriminados por entidades, o objectivo passa também por "partilhar a quantidade de solicitações que não forem satisfeitas" pela empresa.

Sempre que possível, o Google "vai informar os utilizadores sobre os pedidos que os possam afectar directamente", e, no caso de serem removidos conteúdos no motor de busca, a Google compromete-se a disponibilizar "uma mensagem de aviso aos utilizadores".

De acordo com Bill Echikson, o objectivo é "tentar ser tão transparente, quanto legalmente possível".

Apesar de a maioria dos pedidos serem legítimos, como os referentes à eliminação de pornografia infantil ou informações de utilizadores para investigações judiciais, o Google recebe "regularmente pedidos de governos para a remoção de conteúdos" dos serviços que disponibiliza.

"A censura governamental na Internet está a crescer rapidamente: do bloqueio imediato aos filtros a páginas 'web', às intimações judiciais limitando o acesso à informação à legislação que força empresas à auto-censura de conteúdos", refere a empresa em comunicado.

O Brasil foi o país que mais pedidos enviou para o Google para conseguir informações sobre utilizadores, seguido dos EUA, Reino Unido e França, confirmou o porta-voz da empresa.

O país também lidera o 'ranking' das nações que mais solicitou a filtração de dados. No topo da lista está ainda a Alemanha, a Índia e os EUA.

As informações dizem respeito ao período entre Julho e Dezembro de 2009, devendo ser actualizadas semestralmente.

O facto de o Brasil liderar as duas listas pode ser "explicado, provavelmente, pela grande utilização da rede social Orkut no país", precisou Echikson, explicando que "são muitos os pedidos diariamente emitidos para remover conteúdos impróprios" desta rede.

Quanto à China, criticada pela censura que aplica na internet, Bill Echikson adiantou que o Google "não vai revelar, por enquanto", quaisquer dados, já que as solicitações de censura emitidas por Pequim fazem "parte do segredo de Estado".

A Google anunciou em Março que não iria voltar a censurar os resultados do seu motor de busca chinês, criado em 2006, passando a reencaminhar o tráfego para um site em Hong Kong.

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