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Executiva de topo da Amazon tentou ganhar influência na Administração Trump
Anne Rung, que na Administração Obama foi uma das responsáveis do Gabinete de Política de Compras do governo federal, é agora uma executiva de topo da retalhista online Amazon. Uma investigação do The Guardian mostra que prestou consultoria privada à Administração Trump sobre um portal web que poderia render à empresa milhares de milhões de dólares.
Uma executiva de topo da empresa de comércio electrónico Amazon deu conselhos à Administração Trump, a título privado, sobre o lançamento de um novo portal de internet – portal esse que poderá gerar milhares de milhões de dólares à tecnológica, concluiu uma investigação do jornal britânico The Guardian.
Chama-se Anne Rung e antes de integrar a Amazon, liderou entre 2014 e 2016 o Gabinete de Política de Compras do governo federal, ajudando a Administração Obama a poupar dinheiro, recorda a Bloomberg.
Agora, já na Amazon, tentou ganhar influência junto da Administração Trump para potencialmente conseguir obter lucrativos contratos governamentais, conclui o The Guardian após uma investigação aos emails trocados entre Anne Rung e uma responsável de topo do Departamento dos Serviços Gerais (GSA).
Os emails diziam respeito à abordagem que o governo federal deveria ter para criar o novo portal web, isto antes de ter sido sequer publicada a legislação visando a sua criação – o que só veio a acontecer no final do ano passado.
"A Amazon e a Administração Trump parecem ter uma relação antagónica, dados os frequentes ataques no Twitter do presidente do país que visam o fundador da retalhista, Jeff Bezos, que é também dono do The Washington Post. Mas o lobby de bastidores levado a cabo por responsáveis da Amazon mostra de que forma a empresa tem vindo a conquistar uma posição ímpar, em termos de poder, junto do governo federal", escreve o The Guardian.
A correspondência electrónica entre Anne Rung e Mary Davie do GSA apresenta uma nova perspectiva sobre como a Amazon tem recorrido a ex-funcionários governamentais que fazem agora parte das suas fileiras – directamente e como consultores – para conseguirem influência e tentarem obter contratos bastante lucrativos, acusa o mesmo jornal.
Não foi ainda decidido que empresas irão criar o novo portal de comércio electrónico do governo federal, mas espera-se que a Amazon tenha um papel dominante no mesmo, acrescenta a mesma fonte.