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Excel de Rogoff e Reinhart não teria erros com “software” do Porto

Os cálculos do estudo “Crescimento num tempo de dívida”, de Rogoff e Reinhart, estariam certos se tivessem passado por um “software” que previne erros em Excel desenvolvido no eixo Porto-Braga. A aplicação chama-se MDSHEET e está a ser patenteada com vista à exploração comercial.

Rogoff diz que Portugal tem de reestruturar a dívida pública
13 de Maio de 2013 às 12:14
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O INESC Porto e o HASLab, da Universidade do Minho, desenvolveram um “software” inovador que previne erros em folhas de cálculo Excel. “A utilização deste ‘software’ evitaria a exclusão, recentemente detectada, de cinco países no estudo de Rogoff e Reinhart (2010) ‘Crescimento num tempo de dívida’”, garante o INESC, em comunicado. Estima-se que até 94% das folhas de cálculo contenham erros.

 

Este aplicação inovadora chama-se MDSHEET e está a ser patenteada com vista à exploração comercial. “Ainda não há versão comercial do MDSHEET, mas a TecMinho, interface da Universidade do Minho, já está a trabalhar com investigadores do projecto numa patente que possa ser explorada comercialmente, adianta o INESC.

 

Eis como funciona o MDSHEET: tal como uma planta de um edifício, o “software” desenvolvido pelo Laboratório de Software Confiável (HasLab) do Laboratório Associado INESC TEC cria um modelo simplificado que guia a construção da folha de cálculo Excel. Sempre que são inseridos novos dados no Excel, o modelo do MDSHEET é automaticamente actualizado.

 

“No caso do estudo de Rogoff e Reinhart (2010), ‘Crescimento num tempo de dívida’ (que deixou cinco países de fora), sempre que um novo país fosse inserido, as fórmulas no fundo da folha de cálculo seriam automaticamente actualizadas para incluírem esse novo país. O ‘software’ não permitiria que nenhum país fosse deixado de fora”, afiança João Saraiva, líder do projecto. O promotor assegura que este tipo de erro, designado de “referências incorrectas”, é prevenido na totalidade pelo MDSHEET.

 

Estudos recentes apontam, por exemplo, para o facto de 95% das empresas norte-americanas as utilizarem para fazer “reporting” financeiro. “Contudo, estima-se que até 94% de folhas de cálculo utilizadas em situações reais contêm erros, os quais causam prejuízos na ordem dos 10 mil milhões de dólares todos os anos”, enfatiza o INESC Porto.

 

A tecnologia desenvolvida entre o INESC TEC e o HASLAB nasceu do doutoramento de Jácome Cunha, investigador do HASLab, e foi concluída no âmbito do projecto “Folhas de Cálculo entendidas como Linguagens de Programação”, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

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