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ES Capital e administradores compram KPNQwest Portugal; «break even» dentro de 3 a 4 anos (act)

Os administradores da KPNQwest Portugal compraram 49% da empresa à casa mãe, através de um MBO, enquanto os restantes 51% foram adquiridos pela Espírito Santo Capital. O «break even» será obtido dentro de três a quatro anos.

11 de Março de 2003 às 14:21
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Os administradores da KPNQwest Portugal compraram 49% da empresa à casa mãe, através de um «management buy-out» (MBO), enquanto os restantes 51% foram adquiridos pela Espírito Santo Capital, revelou o director geral David Antunes, em conferência de imprensa. O responsável referiu ao Negocios.pt que o «break even» será obtido dentro de três a quatro anos.

David Antunes disse ao Negocios.pt, à margem da apresentação da nova empresa, que esperam obter um «break even dentro de três a quatro anos aproximadamente, mas o mais importante é que investimos numa empresa que é nossa, para continuar».

«É evidente se não acreditássemos que a empresa era viável, se não registasse EBITDA (cash flow operacional) positivo tínhamos deixado cair a empresa», acrescentou.

O responsável revelou que «foi uma operação muito desgastante, porque estávamos a actuar em quatro frentes simultâneas, uma frente que era a principal, que era zelar pela manutenção dos nossos clientes, por outro lado tínhamos que angariar novos clientes e precisávamos também de produtos novos. Em simultâneo tínhamos que alocar uma data de esforços à aquisição da empresa».

«Foi muito desgastante também porque as negociações foram muito duras. A Comissão Liquidatária, na Holanda, por um lado não tinham muito tempo para todos os activos da Europa e nós também não representávamos muito a nível global da empresa», segundo a mesma fonte

O director geral da empresa referiu que «não foi uma situação fácil», em termos financeiros. O valor da aquisição foi «50% acima do que tínhamos previsto» afirmou o responsável, salientando que não foi só a questão do montante, mas a negociação em termos burocráticos e contratuais também foram difíceis.

A negociação demorou nove meses a concretizar, muito acima do estimado pela empresa nacional.

Participação da ES Capital não é estratégica; Empresa muda de nome

João Arantes de Oliveira, responsável pela Espírito Santo Capital, afirmou, em conferência de imprensa, que «esta é uma participação financeira e não tem qualquer objectivo estratégico».

A KPNQwest Portugal nos últimos três meses admitiu mais três funcionários, passando a deter 38. Até ao final do ano «somos capaz de necessitar mais uma ou duas pessoas, porque não estamos num mercado de massas que consome muitos recursos », avançou o responsável. Essas pessoas serão para a parte de instalação de serviços e suporte ao cliente.

A KPNQwest Portugal teve como principal preocupações a salvaguarda dos postos de trabalho e a procura de um parceiro ideal para o negócio. O Espírito Santo Capital foi a primeira opção da empresa.

No prazo máximo de doze meses, a empresa nacional terá que alterar o seu nome, estando sem cima da mesa diversas opções, uma das quais o «brand» inicial Eunet.

Tendo como causa este processo, a empresa «perdeu dois clientes directos» que influenciavam a sua facturação. O director geral referiu que perderam outros clientes internacionais, mas que reflectiam as suas receitas, em países como a França e a Alemanha.

A KPNQwest Portugal tem como «core business» os serviços dedicados de acesso à Internet e foi a primeira empresa nacional a realizar as primeiras ligações de acesso à Internet, em Portugal em 1990.

Em Maio, a KPNQwest NV, na altura maior fabricante pan-europeu de fibra óptica, declarou falência, o que colocou em risco a actividade das suas subsidiárias. Em todo este processo, as filiais de Inglaterra, Espanha e França declararam falência e as restantes foram adquiridas, à excepção de Portugal e Itália. O processo em Itália está em fase final, sendo que o processo será semelhante ao adoptado em Portugal.

KPNQwest prevê crescer menos em 2003

A KPNQwest cresceu 27,4% em 2002, face ao homólogo e prevê crescer «menos este ano, será cerca de 15%» disse David Antunes, em conferência de imprensa.

«O mercado das telecomunicações em Portugal, agregado à situação conjuntural não nos permite ter perspectivas de grande crescimento», segundo a mesma fonte.

A empresa registou um EBITDA positivo em 2002 e pretende manter essa tendência este ano.

Relativamente aos serviços de linhas dedicadas de acesso à Internet, David Antunes disse que a empresa deteve, em 2002, «entre 14 a 15%» de quota, assumindo que o mercado registou 2,8 mil clientes. Ao Negocios.pt, o responsável referiu que prevê que este ano registe um crescimento «de sete pontos» percentuais face ao homólogo.

Desta percentagem, neste segmento de serviços, «cerca de 40% são pequenas e médias empresas» e o restante são grandes empresas.

Os principais sectores dos seus clientes são as TI «que estão a perder alguma percentagem», os media e comunicação social que «corresponde a 30%, o Estado e a educação que representam 30% e a indústria é a que menos tem aderido, à excepção das empresas de ponta».

A KPNQwest prevê que em 2004 os investimentos na área de tecnologias de informação aumentem, podendo representar um crescimento «mais significativo» do seu volume de negócio e não do número de clientes, uma vez que o mercado nacional empresarial é restrito.

KPNQwest Portugal investe 250 mil euros em campanha publicitária

A KPNQwest Portugal «investiu 250 mil euros» uma campanha publicitária para promover a empresa, este ano, que irá durar «até Julho, ainda com esta marca» disse ao Negocios.pt David Antunes.

O objectivo desta campanha «foi mesmo vender, porque não podemos parar a nossa actividade», avançou o responsável.

A empresa já registou o retorno desta campanha, na medida em que «em Janeiro começámos a receber o dobro das solicitações que estávamos a receber em Outubro, Novembro e Dezembro do ano passado», disse David Antunes, sem avançar valores.

A campanha abrangeu o segmento de ADSL, Internet de banda larga, o de serviços dedicados e de «housing».

David Antunes disse que «a partir de sensivelmente 15 de Outubro iremos lançar uma nova campanha e à partida com o novo nome». O responsável não avançou valores para este novo investimento.

Por Ana Pereira

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