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Empresas de tecnologia negoceiam criação de cidades inteligentes
Os táxis dirigidos por robôs e os computadores que eliminam os engarrafamentos podem aparecer mais cedo do que imagina, porque algumas das maiores empresas de tecnologia aceleraram o ritmo das negociações para criar as "cidades inteligentes" do futuro.
Em 2017, foram assinados 35 acordos entre empresas de tecnologia e grandes metrópoles para trabalhar conjuntamente em projectos, em contraste com oito no ano anterior, de acordo com um relatório da Bloomberg New Energy Finance publicado na quarta-feira, 17 de Janeiro. A Alphabet, empresa que controla o Google, e a retalhista online chinesa Alibaba Group Holding estiveram envolvidas.
Os smartphones e os computadores infiltram-se cada vez mais profundamente na vida quotidiana, e os governos estão a analisar como usar a tecnologia para melhorar a vida nas cidades, enquanto as empresas procuram novas formas de ganhar dinheiro. Cerca de metade da população mundial agora vive em zonas urbanas, um total de 4 mil milhões de pessoas, e essa proporção provavelmente aumentará para 60% até 2030, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
"Hoje não existe uma cidade inteligente", afirmou Gordon Falconer, director global de cidades inteligentes da Schneider Electric. "Mas existem cidades como Amsterdão, Barcelona e Singapura, que elaboraram uma estratégia para continuar a melhorar e estão bem avançadas nessa missão."
As maiores cidades do mundo têm mais empregos e, à medida que mais pessoas se mudam para melhorar a própria sorte, elas aglomeram-se em espaços menores. O transporte está a surgir como um importante ponto de fricção, porque aumenta o congestionamento e a poluição.
"Quando há um congestionamento, quando ocorre uma interrupção, isso interfere na capacidade das cidades e dos países de aproveitarem o talento que possuem", salientou Ed Manley, orador do programa de cidades inteligentes e de análise urbana da University College London. "O transporte é fundamental para muito do que fazemos".
Um novo leque de soluções está a surgir, como reduzir o número de motoristas nas ruas com o transporte partilhado e fabricar veículos eléctricos menos poluentes.
As cidades inteligentes costumam ser empreendimentos de vários milhares de milhões de dólares. A Arábia Saudita anunciou recentemente um plano para construir uma cidade completamente nova que se chamará NEOM e, supostamente, será abastecida apenas por energia renovável e terá veículos autónomos e drones, com um custo de 500 mil milhões de dólares.
A Alphabet está a iniciar trabalhos nesse nicho. A companhia escolheu Toronto, a maior cidade do Canadá, para o seu projecto-piloto em Outubro. A empresa está a transformar quase 5 hectares de propriedades subdesenvolvidas à beira do lago numa nova área comercial e residencial que também abrigará a sede canadiana do Google. A Alphabet está a analisar o que fazer com o espaço em termos de tecnologia e design e vai elaborar um plano para o projecto até ao final do ano. A companhia investirá 62 milhões de dólares canadianos.
A Alibaba está a voltar-se para a infra-estrutura digital na sua parceria com o Governo de Macau, cidade chinesa famosa pelos seus deslumbrantes casinos e centros comerciais. A empresa está a construir uma rede de transporte inteligente que vinculará o tráfego rodoviário, aquático e aéreo e está a instalar programas de computação em nuvem para o governo municipal.