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Economia portuguesa pode crescer 15 mil milhões de euros à boleia da IA

Estudo da Public First, encomendado pela Google, estima que ferramentas de IA generativa podem colocar o país na linha da frente tecnológica. Para tal, refere Bernardo Correia, diretor da Google para Portugal, os empresários têm de ter "audácia".

iStockphoto
24 de Outubro de 2023 às 11:00
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Ferramentas como o ChatGPT, da OpenAI, ou o Bard, da Google, colocaram as potencialidades da inteligência artificial no centro das atenções. E é precisamente este tipo de IA, a generativa, que tem a capacidade de impulsionar a economia portuguesa em 15 mil milhões de euros, o equivalente a 6% do produto interno bruto (PIB), revela um estudo encomendado pela Google à Public First, divulgado esta terça-feira.

Além da potencialidade de acelerar o crescimento económico, as ferramentas de IA generativa - ou seja, que utilizam IA para criar novos conteúdos, como texto, imagens, música, áudio e vídeos - podem "poupar, em média, mais de 80 horas por ano a cada trabalhador", o que equivale a duas semanas de trabalho. 

Esta pode, por isso, ser "uma oportunidade transformadora para a economia portuguesa", dando capacidade às empresas de "transcender a falta de escala e maturidade do ecossistema português", defende Bernardo Correia, diretor da Google para Portugal, em declarações ao Negócios. Mas, para tal, os empresários têm de ter "audácia para apostar neste tipo de ferramentas".

"O principal obstáculo que temos em Portugal somos nós próprios (...) o mais importante, no que toca a capitalizar esta oportunidade, parte dos empresários e da sua capacidade de ter audácia para apostar neste tipo de ferramentas para internacionalizar mais depressa e melhor. O que precisamos é de ter audácia de arriscar", afirmou, acrescentando que Portugal já não é o país descapitalizado que era. 

Responsável pela Google Portugal há 15 anos, Bernardo Correia dá o comércio eletrónico como exemplo do atraso tecnológico que prevalece no país. "O [atual estado] do comércio eletrónico português é equivalente à média da União Europeia em 2015. Se compararmos com os Estados Unidos, está em 2013 e se compararmos com o Reino Unido, em 2010. Dependendo do grau de comparação, sabemos que temos muito para crescer em Portugal", reforça.

Questionado sobre os riscos que a IA generativa pode trazer, o "country manager" da Google em Portugal afirma que estas ferramentas "têm muito menos riscos". 

"O importante é encontrar equilíbrio entre ser arrojado e capturar o benefício para a economia, ao mesmo tempo que somos responsáveis e éticos na sua aplicação". E isso, garante, "implica ter sempre o ser humano no controlo do resultado final".

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