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Deixe o Facebook por um mês e ajude os economistas a “corrigir” o PIB

Sairia do Facebook por um mês em troca de 50 dólares?

12 de Janeiro de 2020 às 15:00
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A pergunta, feita por Erik Brynjolfsson e quatro coautores de um novo estudo do MIT, pode ajudar os economistas a medirem melhor até que ponto as novas tecnologias gratuitas estão a mudar a economia e as nossas vidas. Obviamente, o impacto é enorme.

Segundo o estudo, só a rede social mais famosa do mundo poderia acrescentar 0,11 pontos percentuais por ano ao PIB dos EUA, quando se considera o benefício para os utilizadores.

O estudo aborda uma questão mais ampla que intriga os economistas: até que ponto a tecnologia está a melhorar as nossas vidas? Tradicionalmente, a abordagem tem como foco o nível de riqueza proporcionado aos indivíduos pelas inovações. Assim, a resposta apareceria no PIB, uma medida imperfeita, mas razoável, de bem-estar agregado.

No entanto, essa tarefa fica mais difícil quando as tecnologias que transformam a sociedade são gratuitas - pelo menos em dólares - embora os autores também concordem com a ideia de que bens e serviços "gratuitos" podem ter um preço implícito.

Afinal, se o Facebook, Twitter, serviços de mapas GPS e uma série de outras aplicações de smartphones não têm custos, não aparecerão no PIB nem nas medidas tradicionais de produtividade - mesmo que melhorem as nossas vidas e nos tornem mais produtivos.

Para resolver isso, Brynjolfsson e os coautores realizaram uma série de experiências e pesquisas destinadas a extrair o valor monetário que as pessoas atribuem a certos bens e serviços gratuitos. Isso permite-lhes construir uma alternativa ao PIB, que chamam de PIB-B, com base não nos custos reais, mas nos benefícios percebidos.

Numa amostra representativa de utilizadores de internet nos Estados Unidos, descobriram que o custo médio de sair do Facebook por um mês seria de 42,17 dólares.

Noutro teste na Holanda, quando questionados sobre alguns serviços gratuitos na internet, os participantes atribuíram o valor mais elevado ao WhatsApp, controlado pelo Facebook: 535,73 euros pela abstinência de apenas um mês. O Facebook recebeu o segundo valor mais alto, de cerca de 100 euros. O Twitter, usado por apenas um terço do grupo, foi avaliado em menos de 1 euro.

"O PIB-B e as métricas relacionadas propostas neste estudo permitem uma exploração mais completa dos impactos de bens novos e gratuitos sobre o bem-estar, com potenciais implicações significativas", concluíram os autores.

(Artigo original: Give Up Facebook for a Month and Help Economists Fix GDP)

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