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Bosch: Escândalo das emissões da Volkswagen sem impacto significativo no mercado diesel
O impacto do escândalo das emissões poluentes na procura de carros diesel não é significativo, diz a Bosch, na conferência anual de apresentação de resultados. Mas, levou a empresa a aumentar as reservas em 2015.
A Bosch mantém as previsões para a venda de soluções para automóveis a gasóleo, considerando que o escândalo das emissões não teve um impacto significativo na procura, revelou a fabricante alemã, na apresentação anual de resultados, quando questionada pelos jornalistas sobre o impacto do "dieselgate".
A empresa alemã defende objectivos mais ambiciosos para controlar a emissão de dióxido de carbono - para as quais diz ter soluções. Mas, aumentou as reservas para enfrentar investigações relacionadas, revelou a Bosch, na conferência de imprensa, no novo centro de investigação da empresa em Renningen, em Estugarda.
Apesar do aumento dos lucros e vendas recorde em 2015, os resultados da Bosch foram afectados pelo aumento das reservas para riscos de litígio. A fabricante aumentou as provisões em 650 milhões de euros. Este valor está maioritariamente "relacionado com os procedimentos de concorrência e investigações a decorrer relacionadas com a manipulação do software nas unidades de controlo dos mecanismos diesel", disse Stefan Asenkerschbaumer. "Enquanto fornecedor somos afectados por estas investigações", disse o vice-presidente da Bosch.
A Bosch, que fabricou os sistemas manipulados pela Volkswagen, repetiu que não pode controlar o uso que os clientes dão aos seus produtos depois de vendidos. As investigações internas relacionadas com o caso estão a decorrer há vários meses, mas a empresa não adiantou quando prevê que estejam concluídas.
Apesar deste impacto, a fabricante alemã continua a prever espaço para o diesel no futuro próximo. "Não é correcto dizer que o escândalo da manipulação das emissões poluentes teve um impacto significativo no diesel", disse Rolf Bulander. O director do sector das Soluções de Mobilidade defendeu que não há uma tendência estrutural de queda na quota de mercado do diesel e que o escândalo "não terá um impacto significativo" no mercado, nomeadamente na Europa.
Mas, os objectivos na redução das emissões de dióxido de carbono devem ser mais ambiciosos, defendeu a administração da Bosch. "E nós temos a tecnologia" para cumprir essas metas, garantiu a fabricante de componentes automóvel alemã.
*A jornalista viajou para Estugarda a convite da Bosch