No Monte Olimpo da tecnologia, o lançamento no final do ano passado de uma aplicação de inteligência artificial (IA) veio deixar os gigantes em alvoroço. O ChatGPT, com o seu interface simplista, responde a qualquer tipo de comando humano que lhe peça produção de conteúdo.
Anúncios de rádio, histórias para criança, sonetos, blogues, teses de mestrado ou peças de teatro. O céu é o limite. Está tão mais à frente de tudo o que já tinha sido desenvolvido até ao momento que o interesse gerado foi abismal e, no espaço de uma semana, o ChatGPT atingiu um milhão de utilizadores. Por comparação, o Instagram demorou 12 semanas para chegar à mesma marca. O Facebook 40. A Netflix 168.
Só que no xadrez tecnológico, esta nova aplicação veio pôr a Microsoft umas jogadas mais à frente e a apontar para um xeque à concorrência. É que a empresa fundada por Bill Gates, atualmente liderada por Satya Nadella, é um dos maiores investidores na OpenAI, a organização que desenvolveu o ChatGPT. Em 2019 investiu mil milhões de dólares, reforçou o financiamento em 2021, e na passada segunda-feira anunciou novo acordo multimilionário e plurianual.
"A Microsoft e a OpenAI têm uma parceria de longa data, desde abril de 2019, com o objetivo de acelerar os avanços em IA e desenvolver, testar e escalar, de forma responsável, as tecnologias de inteligência artificial. Somos o fornecedor exclusivo de serviços de computação em "cloud" da OpenAI e temos vindo a colaborar com eles em projetos de investigação", explicou ao Negócios Manuel Dias, diretor de tecnologia da Microsoft Portugal.