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Apple interrompe negócios com a Pegatron devido a trabalho infantil

Depois da fabricante Pegatron ter violado as regras do trabalho infantil, a Apple suspendeu as negociações entre ambas.

3.º Apple: 140,52 mil milhões de dólares
David Gray/Reuters
09 de Novembro de 2020 às 13:11
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A Apple suspendeu negociações com a sua fornecedora Pegatron, após descobrir que esta promove a mão de obra infantil na China.

A gigante tecnológica norte-americana divulgou num comunicado que descobriu há algumas semanas que a fabricante classificou de forma errática os seus trabalhadores estudantes, permitindo que estes trabalhassem noites e horas a fio, violando assim o código de conduta da Apple.

Esta violação das regras foi encoberta pelos funcionários da empresa, contudo, depois de apurada a verdade a Pegatron está suspensa enquanto fornecedora da Apple, até que a ação corretiva seja concluída.

A Pegatron e a Apple são parceiras de longa data, trabalhando em conjunto no fabrico dos iPhones. A empresa tailandesa tem sido, ao longo dos anos, alvo de ataques devido à sua forma de operar, algo que se vem agora a confirmar pela Apple.

 

Conhecida pela sua icónica maçã, a Apple tem trabalhado com a fabricante na criação de novos modelos, com o intuito de expandir a marca na China. Esta suspensão pode, segundo a Bloomberg, não afetar os esforços elencados por dizer respeito apenas a novos negócios.

 

Com a divulgação deste abuso de poder, a Pegatron viu as suas ações caírem 2,1% só esta segunda-feira (dia 9 de novembro). "As negociações atuais da Pegatron para o fabrico do iPhone não devem ser afetadas. No entanto, é provável que a Pegatron perca alguns pedidos de novos aparelhos da Apple no ano que vem para a Luxshare, que está prestes a tornar-se a fabricante do novo iPhone lançado em 2021", disse o analista da GF Securities Jeff Pu em declarações à Bloomberg.

 

A Apple repreende há muitos anos os seus fabricantes por práticas desleais, que violam a sua conduta. A preocupação começou em 2010, depois de se terem suicidado diversas pessoas na principal parceira da Apple, a Foxconn. Desde essa altura que a gigante tecnológica tem investigado os modos de operar das empresas com quem cela parcerias, ameaçando, em caso de incumprimento, acabar com o trabalho conjunto.

 

A Foxconn e a Catcher Technology Co. estavam entre as sinalizadas no passado, por desrespeitarem os regulamentos existentes. Este ano junta-se a estas empresas a Pegatron que, de acordo com a informação apurada pela Bloomberg, está "a trabalhar para corrigir os seus erros" e "está confiante de que irá concluir essas correções em breve", segundo um porta-voz da empresa.

 

Este desrespeito das normas ocorreu em Xangai e em Kunshan, no leste da China, sendo que os estudantes envolvidos trabalhavam em turnos noturnos, horas extras e em cargos não relacionados com os seus cursos.

Num comunicado citado pela Bloomberg, "ao descobrir esta atividade, retiramos imediatamente os trabalhadores das linhas de produção e trabalhamos com os nossos clientes e especialistas para tomar as providências necessárias para que eles voltassem para as suas casas ou escolas com a devida recompensa", garantiu a Pegatron.

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