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Alibaba já pode ter cotação principal na bolsa de Hong Kong

A Alibaba espera "que a cotação principal [em Hong Kong] permita aumentar a base de investidores" e em particular "expandir o acesso à China e outros investidores baseados na Ásia".

A Alibaba, o site de comércio electrónico chinês, é outra das empresas com destaque nas carteiras dos fundos mais rentáveis. A empresa de Jack Ma tem apresentado fortes taxas de crescimento. Só no Dia do Solteiro, que decorreu no passado mês de Novembro, a empresa gerou 25,3 mil milhões de dólares em receitas, acima das vendas da 'Black Friday'. O preço-alvo médio dos analistas confere um potencial de subida de 19% à cotada.
reuters
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A cotação principal da Alibaba vai mesmo passar a ser em Hong Kong. A empresa tinha avançado com este pedido no final de julho, com expectativas de que fosse cumprido até ao final do ano, mas o Hong Kong Stock Exchange antecipou-se à gigante chinesa e ofereceu as boas notícias.

Num comunicado da empresa, onde foi tornada pública a decisão desta segunda-feira, a gigante de "e-commerce" chinesa indica que "dada a presença substancial na China e a ligação entre Hong Kong e o principal teatro operacional na China", é esperado "que a cotação principal [em Hong Kong] permita aumentar a base de investidores" e em particular "expandir o acesso à China e outros investidores baseados na Ásia". A Alibaba espera ainda que a efetivação da operação aconteça antes do final de 2022.

Com esta nova entrada em bolsa a empresa liderada por Daniel Zhang, abre caminho a uma inclusão da gigante de "e-commerce" no Stock Connect, uma aplicação através do qual investidores de Hong Kong e da China continental podem investir de forma mais acessível.

Este movimento apenas é possível desde o início do ano, depois de em janeiro o Hong Kong Stock Exchange ter mudado as suas regras para permitir a dupla listagem de empresas chinesas, que operem na área da internet ou em "high-tech". No caso de cotadas com entidades de juros variáveis (VIE na sigla em inglês), como é o caso da Alibaba, a empresa tem de estabelecer uma entidade "offshore" o que vai permitir que as ações da empresa estejam disponíveis para negociação em bolsa.

Saída de Nova Iorque?

A empresa chinesa está também em risco de sair da sua antiga cotação principal, a bolsa de Nova Iorque. Isto depois de o regulador norte-americano ter colocado a empresa na lista de vigilância de possíveis saídas, juntamente com quase 270 empresas chinesas, devido ao incumprimento da legislação no que toca a auditorias.

Esta é uma guerra que se estende a disputas comerciais entre os Estados Unidos e China. Os EUA por um lado têm exigido maior transparência, ao passo que a China tem apertado a regulação destas tecnológicas através de maior supervisão de ofertas públicas (IPO). Um destes exemplos é a Didi, que foi alvo de uma investigação depois de ter iniciado a cotação na bolsa nova iorquina.

No início de julho a Alibaba foi multada em 2,8 mil milhões de dólares, no rescaldo de uma investigação anti monopólio pela Administração Estatal de Regulação do Mercado na China (SAMR na sigla em inglês), naquela que foi a maior multa de sempre a uma tecnológica no país.

Despedimentos em massa

A gigante chinesa, baseada em Hanghzou, despediu quase 10 mil trabalhadores no segundo trimestre do ano. No total, nos primeiros seis meses de 2022, foram despedidos 13.616 trabalhadores. De acordo com a Bloomberg, esta que é uma das maiores empresas de "e-commerce" chinesas, contava no final de junho com 245 mil funcionários.

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