Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Carlos Oliveira: "Temos de ter casos de sucesso para mostrar"

"Temos uma parceria já assinada no sentido de, por exemplo, os empreendedores que estão na Startup Lisboa poderem ter espaços na Startup Braga para desenvolverem os seus projectos", diz ao Negócios o presidente da investBraga, Carlos Oliveira.

Sofia A. Henriques/Negócios
24 de Março de 2014 às 23:00
  • ...

Como é que surgiu a ideia de lançar a InvestBraga e porquê?

A importância da dinamização económica, no contexto do desenvolvimento regional, é uma prioridade que o actual executivo da Câmara de Braga encontrou desde o período que se candidatou às eleições. Em Novembro do ano passado, fui convidado para ajudar nesta missão da criação e da instalação desta nova agência. Uma agência que visa, sobretudo, a dinamização económica e o desenvolvimento do empreendedorismo, aliados à atracção de investimento para Braga.

Esta agência vai lançar a Startup Braga. Quais são os objectivos ?

A Startup Braga pretende ser uma rede e uma marca, para todo o conselho de Braga, do desenvolvimento do empreendedorismo. Pretende ser uma rede, e uma aceleradora e incubadora de empresas, de relevância no contexto nacional. Aquilo que queremos é criar um íman que atraia os empreendedores da região e do país. E, numa segunda fase, através de parcerias internacionais que estamos a firmar, [fazer com que] empreendedores internacionais se localizem em Braga e que possam fazer florescer as suas empresas a partir de Portugal e, neste caso, a partir de Braga.

Que parcerias internacionais?

Estamos, como já foi noticiado, numa fase bastante avançada da parceria com a Microsoft. A Microsoft – que tem uma iniciativa que é a Microsoft Ventures – é um parceiro internacional muito importante, na medida em que passa pela nossa estratégia e visão que esta aceleradora e incubadora de empresas tenha um pendor internacional. Essa é uma das parcerias importantes. Outra parceria importante é com a própria Startup Lisboa. Temos uma parceria já assinada no sentido de, por exemplo, os empreendedores que estão na Startup Lisboa poderem ter espaços na Startup Braga para desenvolverem os seus projectos. E o mesmo para os empreendedores da Startup Braga.

Ocupava o cargo de Secretário de Estado do Empreendedorismo. Como está o empreendedorismo em Portugal?

Independentemente de ter saído do Governo há uns meses, o empreendedorismo em Portugal ganhou uma importância relevante nos últimos anos, que não tinha. Vê-se uma dinâmica junto dos jovens, e até dos menos jovens, no sentido de haver a criação de empresas, de novos negócios. Temos mais pessoas interessadas em serem empreendedoras. Ser empreendedor é bem diferente de ter uma ideia. Ser empreendedor é executar e levar a bom termo um projecto e, muitas vezes, nem sequer é preciso ter tido a ideia. O que vejo é uma geração que está muito dinâmica e que acompanha muito do que se faz no mercado internacional. Estou muito satisfeito com o resultado de alguns programas que lancei quando estava no Governo.

O que é que falta fazer na área do empreendedorismo em Portugal?

Temos de continuar a desenvolver toda a vertente de capacitação – preparar melhor as pessoas para o empreendedorismo. Precisamos de continuar a desenvolver o ecossistema de financiamento ao empreendedorismo. O que tem a ver com os "business angels" e com capital de risco tem de continuar a ter uma evolução relevante, no sentido de permitir que projectos com valor possam ter acesso a financiamento. Em Portugal, houve uma evolução muito positiva. Projectos em que os empreendedores consigam mostrar uma capacidade de trazerem inovação e produtos com valor para mercados internacionais podem ter acesso a financiamento de uma forma mais facilitada do que teriam no passado. Falta-nos ainda conseguir atrair mais investidores estrangeiros.

Como é que se capta mais investimento estrangeiro?

Temos que apresentar ao mundo aquilo que fazemos de bom. Temos de ter casos de sucesso para mostrar e temos que atrair esses capitais de risco para conhecerem melhor Portugal. Acima de tudo, acredito em modelo de co-investimento, com operadores nacionais de capital de risco e de "business angels" que, através das suas redes, consigam co-investir ou trazer investidores internacionais para investirem. O caminho de sermos conhecidos e reconhecidos lá fora ainda tem de ser feito também no âmbito do empreendedorismo, mesmo com alguns casos de sucesso que vamos tendo [em Portugal].

Ver comentários
Saber mais Carlos Oliveira presidente da investBraga
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio