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Esta start-up quase desconhecida vale 30 mil milhões de dólares
A chinesa Meituan Dianping acaba de se tornar a quarta start-up mais valiosa do mundo, com uma avaliação de 30 mil milhões de dólares que a coloca à frente de grandes nomes como Airbnb e Space X.
Nunca ouviu falar da Meituan? Não é o único. A empresa com sede em Pequim, dirigida por Wang Xing, é quase desconhecida fora do seu país natal. Entrega alimentos em casa, vende mantimentos e bilhetes de cinema, oferece críticas de restaurantes e anuncia descontos para consumidores que compram em grupo. É uma espécie de mistura entre Groupon, Yelp, Foodpanda e Uber Eats.
O apelo da Meituan para os investidores é a posição dominante que ocupa num mercado de mais de um mil milhões de pessoas. Foi formada depois da fusão da Meituan.com com a Dianping.com em 2015, que criou a principal operadora de serviços de internet solicitados através de aplicações para smartphone. Na última ronda de financiamento captou 4 mil milhões de dólares da Tencent Holdings, da Sequoia Capital e da Priceline Group, o colosso americano das viagens.
"É quase um monopólio construído a partir do estômago de 1,4 mil milhões de pessoas", disse Keith Pogson, líder de seguros globais para mercados bancários e de capitais da consultoria EY em Hong Kong.
Wang fundou a Meituan.com em 2010, como um site de compras em grupo semelhante ao Groupon, onde as pessoas podem obter descontos comprando juntas produtos electrónicos ou refeições em restaurantes. A Dianping foi fundada em 2003 em Xangai com críticas de restaurantes e de outros comércios locais e depois diversificou para os descontos em grupo. Na altura da fusão, há dois anos, as empresas estavam avaliadas em 15 mil milhões de dólares.
A Meituan Dianping expandiu-se muito além dos negócios originais. Com alguns toques nas aplicações para smartphone, os clientes chineses podem pedir refeições quentes, mantimentos, massagens, cortes de cabelo e manicures em casa ou no escritório. Um serviço popular: lavar o carro enquanto o dono está no trabalho ou o automóvel estiver estacionado na rua – recebe uma foto pelo telemóvel para conferir que o serviço foi terminado. A Meituan afirma que agora tem 280 milhões de utilizadores anuais activos e trabalha com 5 milhões de comerciantes.
As ofertas, conhecidas colectivamente como serviços O2O (on-line to off-line), podem acabar por ter mais sucesso na China do que nos EUA. Os custos da mão-de-obra são mais baixos na China, as cidades estão mais densamente habitadas e a população é maior. O mercado O2O do país disparou 72%, para 762 mil milhões de yuans (115 mil milhões de dólares) no ano passado, segundo estimativas da consultora IResearch.
No entanto, Pogson, da EY, alertou que as avaliações na China podem estar a ficar um pouco esticadas. Acções de empresas privadas como Meituan e Uber não são negociadas todos os dias nos mercados accionistas, por isso as avaliações quase não mudam e costumam crescer. Além disso, muitas das rondas de financiamento na China e nos EUA são feitas com "ratchets", ou seja, protecções para que os investidores sejam compensados se as avaliações baixarem no futuro
"Esses números não devem ser levados tão a sério", diz Pogson.