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Tolerância zero

Com o Glutone, Karina Costa quer inovar na recolha e manuseamento do lixo das cadeias de restauração. As lojas de fast-food que se preparem.

Tolerância zero
17 de Março de 2011 às 10:50
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Glutone foi o grande vencedor do Startup Weekend Lisboa. Karina Costa já tinha a ideia e o protótipo, faltava-lhe testar o conceito. A aceitação foi quase total.

Projecto Glutone
Área de actividade recolha de lixo na restauração
Apoio recebido Associação Portuguesa de Business Angels e SEDES - Social and Economic Development Association



Karina Costa, 24 anos, é uma empreendedora nata. Ideias para empreender nunca lhe faltaram. Uma bicicleta com um guarda-chuva incorporado ou peças de vestuário que aquecem ao esfregar. Não importa a área de actividade, se detectar uma necessidade, Karina Costa tenta sempre encontrar a solução. Foi assim que nasceu o Glutone, projecto vencedor do Startup Weekend Lisboa. Enquanto comia numa das lojas da cadeia MacDonald's, percebeu que havia um problema de logística, higiene e imagem na recolha do lixo. Os clientes depositam os tabuleiros nos contentores e os empregados recolhem os sacos á frente dos consumidores.

Com o novo equipamento de recolha e manuseamento do lixo, essa imagem deixa de existir. A ideia já existia há quatro anos e Karina Costa contou com o apoio do pai na construção do protótipo. Fez um curso de empreendedorismo em Inglaterra e foi aí que começou o sonho de ter a sua própria empresa. "Percebi que o espírito empreendedor vem de qualquer pessoa, de qualquer área. Vem de alguém que vê uma necessidade, consegue encontrar uma solução e daí pode surgir uma empresa." E confessa: "durante toda a minha vida sempre tive ideias de negócio. Algumas pareciam ridículas, outras já existiam. Pensar em coisas novas é algo que me distrai." As ideias eram desenvolvidas até que encontrasse um problema que a fizesse parar. "Algum dia havia de chegar a ideia que podia pôr em prática."

Com uma licenciatura em Gestão, Karina Costa começa agora um mestrado em Estratégia e Empreendedorismo. Entretanto, a Glutone avança. A primeira máquina já está a funcionar, só falta um sítio para a testar. No final do dia, em vez de os restaurantes terem 20 ou 30 sacos do lixo passam a ter uma ou duas caixas de cartão com todo o lixo lá dentro. Quando Karina Costa apresentou a ideia no Startup Weekend, a aceitação foi quase unânime. Foi aí que percebeu que o Glutone tinha sido uma boa escolha. De todas as ideias que tinha "arrumado na gaveta", não sabia qual apresentar. A conselho do pai, apostou na Glutone. E ainda bem.

"O meu projecto já estava bastante avançado em relação aos outros. O plano de negócios estava praticamente feito e já tinha o protótipo. Foi uma aceitação quase total, quer por parte de colegas, quer dos investidores", comenta.

O investimento no Glutone vai rondar meio milhão de euros, mas a jovem pode contar com o apoio da APBA - Associação Portuguesa de Business Angels e da SEDES - Social and Economic Development Association, durante o processo. Por enquanto, a APBA esta a ajudá-la a desenvolver o modelo de utilidade do negócio. Só depois procurarão os investidores. Portugal vai funcionar como mercado de teste, porque o objectivo é internacionalizar-se: primeiro Espanha, depois Brasil. Portugal não tem procura suficiente para gerar produção de máquinas. Por isso é que o Glutone é um projecto à escala global. Para Karina Costa, nem todas as boas ideias são bons negócios. Segundo o júri do Startup Weekend, parece que foi desta que acertou.
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