Notícia
SunEnergy - A culpa é do vento
Raul Santos e Alexandre Baptista lançaram a SunEnergy em Portugal. A crença no futuro da "energia verde" foi o principal incentivo.
06 de Setembro de 2012 às 11:33
Os ventos da costa portuguesa levaram Raul Santos e Alexandre Baptista ao mesmo porto. Não fosse o MBA em gestão que ambos tiraram na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em 2006, e hoje a SunEnergy Portugal provavelmente não existiria.
Nada fazia prever que os dois empreendedores avançassem com um projecto na área das renováveis. Raul Santos foi um dos fundadores da empresa de criopreservação de células estaminais, a Criostaminal, e Alexandre Baptista foi director executivo da empresa de construção Catari Espanha. Afastaram-se das suas funções para apostarem nas características ambientais de Portugal, como a "elevada exposição solar média anual, a rede hidrográfica relativamente densa e o benefício de ventos atlânticos".
"A ideia de criar a SunEnergy surgiu da constatação de que não existe nenhuma outra via possível para garantir, por um lado, a auto-suficiência energética que é necessária e, por outro, a sustentabilidade do planeta", diz Raul Santos. O empreendedor explica que fontes de energia como as fósseis, finitas e poluentes, têm sofrido vários incrementos em termos de custo, para as empresas e para as pessoas.
A ideia de criar um negócio próprio já vinha da altura do MBA, mas só três anos depois é que os dois amigos avançaram. As energias renováveis surgiram por se tratar de uma área com futuro.
A SunEnergy foi fundada com 300 mil euros em capitais próprios e, em 2011, registou um volume de negócios de dois milhões de euros. "Queremos continuar com o ritmo de crescimento que temos tido nos últimos anos e atingir o objectivo de termos 25 delegações Sun Energy em Portugal até ao final de 2025."
Negócio à portuguesa
A ideia não é nova e veio de Espanha. Os dois empreendedores "franchisaram" o modelo de negócio e têm os direitos da marca para o território português. "As energias renováveis têm cumprido um papel importante ao nível do desenvolvimento local e acabam também por cumprir um papel de homogeneização no desenvolvimento económico do território", diz Raul Santos.
Actualmente com nove delegações, Raul Santos confessa que chegar às 25 é um objectivo ambicioso, mas possível. Estas delegações estão espalhadas sobretudo pela faixa litoral Norte e Centro, mas o objectivo é alargar a rede. "As nossas prioridades, neste momento, são o Algarve, Baixo Alentejo, Beira Baixa e Beira Alta", acrescenta.
Para Raul Santos, só com este modelo de "franchising" é possível criar um modelo de proximidade. "A Sun Energy tinha este modelo em Espanha e nós achámos que faria sentido repicá-lo em Portugal, adequando-o à realidade e cultura do nosso país, mas aproveitando o que tinha sido criado de bom em Espanha." "Tentamos perceber o que é que o cliente pretende instalar e a partir daí começamos a definir qual é a melhor solução para cada casa em concreto", afirma o responsável da empresa.
Apesar de ter atingido os objectivos a que se propunha, Raul Santos admite que o projecto poderia ter ido mais além se não fosse a indefinição existente nas políticas para as energias renováveis. "É preciso que o Governo clarifique a questão das quotas para a microgeração, por exemplo."
Este ano, o Estado reduziu as quotas das empresas de 25 megawatts para 10, ou seja, a SunEnergy faz cerca de 300 instalações por ano quando, em 2011, fazia duas vezes e meia aquele valor. "Existem famílias e pequenas empresas interessadas em instalar soluções de microgeração e não o estão a fazer porque não há quota", conta.
O objectivo é que, no final de 2012, a SunEnergy atinja 2,5 milhões de euros e que, em 2015, sejam alcançadas as 25 delegações.
Bilhete de identidade
Fundadores Raúl Santos e Alexandre Baptista
Início de actividade 2009
Área de actividade instalação de soluções na área das energias renováveis
Número de colaboradores 20
Investimento inicial 300 mil euros
Facturação 2011 2 milhões de euros
Para consumo próprio e venda
Na SunEnergy, há vários produtos e serviços de energia verde. A microgeração, produção descentralizada de energia em pequena escala pelo consumidor, é um deles. A energia pode ser produzida através de painéis solares fotovoltaicos, aerogeradores, caldeiras de biomassa ou microturbinas, entre outros. Além de poderem consumir a energia que a casa produz, os consumdiores podem vendê-la à rede pública. Têm de estabelecer um contrato de venda para assegurar a recuperação do investimento a médio prazo. Em Portugal, os painéis solares fotovoltaicos são dos instrumentos mais utilizados.
Nada fazia prever que os dois empreendedores avançassem com um projecto na área das renováveis. Raul Santos foi um dos fundadores da empresa de criopreservação de células estaminais, a Criostaminal, e Alexandre Baptista foi director executivo da empresa de construção Catari Espanha. Afastaram-se das suas funções para apostarem nas características ambientais de Portugal, como a "elevada exposição solar média anual, a rede hidrográfica relativamente densa e o benefício de ventos atlânticos".
A ideia de criar um negócio próprio já vinha da altura do MBA, mas só três anos depois é que os dois amigos avançaram. As energias renováveis surgiram por se tratar de uma área com futuro.
A SunEnergy foi fundada com 300 mil euros em capitais próprios e, em 2011, registou um volume de negócios de dois milhões de euros. "Queremos continuar com o ritmo de crescimento que temos tido nos últimos anos e atingir o objectivo de termos 25 delegações Sun Energy em Portugal até ao final de 2025."
Negócio à portuguesa
A ideia não é nova e veio de Espanha. Os dois empreendedores "franchisaram" o modelo de negócio e têm os direitos da marca para o território português. "As energias renováveis têm cumprido um papel importante ao nível do desenvolvimento local e acabam também por cumprir um papel de homogeneização no desenvolvimento económico do território", diz Raul Santos.
Actualmente com nove delegações, Raul Santos confessa que chegar às 25 é um objectivo ambicioso, mas possível. Estas delegações estão espalhadas sobretudo pela faixa litoral Norte e Centro, mas o objectivo é alargar a rede. "As nossas prioridades, neste momento, são o Algarve, Baixo Alentejo, Beira Baixa e Beira Alta", acrescenta.
Para Raul Santos, só com este modelo de "franchising" é possível criar um modelo de proximidade. "A Sun Energy tinha este modelo em Espanha e nós achámos que faria sentido repicá-lo em Portugal, adequando-o à realidade e cultura do nosso país, mas aproveitando o que tinha sido criado de bom em Espanha." "Tentamos perceber o que é que o cliente pretende instalar e a partir daí começamos a definir qual é a melhor solução para cada casa em concreto", afirma o responsável da empresa.
Apesar de ter atingido os objectivos a que se propunha, Raul Santos admite que o projecto poderia ter ido mais além se não fosse a indefinição existente nas políticas para as energias renováveis. "É preciso que o Governo clarifique a questão das quotas para a microgeração, por exemplo."
Este ano, o Estado reduziu as quotas das empresas de 25 megawatts para 10, ou seja, a SunEnergy faz cerca de 300 instalações por ano quando, em 2011, fazia duas vezes e meia aquele valor. "Existem famílias e pequenas empresas interessadas em instalar soluções de microgeração e não o estão a fazer porque não há quota", conta.
O objectivo é que, no final de 2012, a SunEnergy atinja 2,5 milhões de euros e que, em 2015, sejam alcançadas as 25 delegações.
Bilhete de identidade
Fundadores Raúl Santos e Alexandre Baptista
Início de actividade 2009
Área de actividade instalação de soluções na área das energias renováveis
Número de colaboradores 20
Investimento inicial 300 mil euros
Facturação 2011 2 milhões de euros
Para consumo próprio e venda
Na SunEnergy, há vários produtos e serviços de energia verde. A microgeração, produção descentralizada de energia em pequena escala pelo consumidor, é um deles. A energia pode ser produzida através de painéis solares fotovoltaicos, aerogeradores, caldeiras de biomassa ou microturbinas, entre outros. Além de poderem consumir a energia que a casa produz, os consumdiores podem vendê-la à rede pública. Têm de estabelecer um contrato de venda para assegurar a recuperação do investimento a médio prazo. Em Portugal, os painéis solares fotovoltaicos são dos instrumentos mais utilizados.