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Reciclar as fibras alimentares

Reutilizar resíduos de café para obter compostos de fibras alimentares com propriedades bio-activas. É este o objectivo do projecto de Manuel Coimbra: fazer bem à sua saúde.

04 de Novembro de 2010 às 10:46
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Manuel Coimbra quer avançar para a produção industrial de fibras alimentares em 2011, mas, por enquanto, aposta na qualificação dos recursos humanos do projecto iFoodTech.

Promotor Manuel Coimbra
Projecto iFoodTech - Ingredientes Tecnológicos Alimentares.
Área de actividade Indústria de Ingredientes Alimentares.
Sede Universidade de Aveiro
Investimento inicial previsto 100 mil euros.





Manuel Coimbra, 47 anos, há muito que é investigador.

"Tenho dedicado a minha carreira à investigação, docência, divulgação da ciência e à gestão universitária: os 4 pilares da carreira universitária", comenta. Professor associado do Departamento de Química da Universidade de Aveiro desde 1998, em 2007, inscreveu-se no CEBT. Porquê? Porque é importante ligar a docência universitária à vertente empresarial e passar esta experiência para os alunos. Quando lhe pediram para levar uma ideia de negócio, o professor agarrou no tema em que tem vindo a trabalhar: os polissacarídeos, ou seja, fibras alimentares. "Resolvi apresentar as fibras alimentares como uma oportunidade de negócio. Há um conjunto de fibras no café que é semelhante às que existem no Aloé Vera, as mananas", adianta. Estas fibras têm actividades muito semelhantes, sendo que ambas estimulam os glóbulos brancos, por exemplo. "Há toneladas de resíduos de café que são desperdiçados", explica.

A ideia é reutilizar estes resíduos, ou outros da indústria agro-alimentar, para obter compostos de fibras alimentares que possam ter propriedades bio - activas, ou seja, que façam bem à saúde. Como? Incluindo-os noutros bens alimentares de consumo.

Estes compostos podem ser imunoestimuladores (estimulam os glóbulos brancos), pré-bióticos (contribuem para o bom funcionamentos dos intestinos), entre outros. "É daqui que vem a base tecnológica.
Se conseguirmos identificar as propriedades que cada um destes compósitos possa ter, podemos encontrar directamente uma relação entre si.

É aí que vamos buscar o valor acrescentado", explica.

E tudo isto tem um nome: iFoodTech - Ingredientes Tecnológicos Alimentares. O projecto já ganhou um prémio de 30 mil euros, promovido pelo Conselho Empresarial do Centro e agora está na fase de prova de conceito. Ou seja: estão a produzir em pequenas quantidades para depois passarem para uma escala maior. Durante este tempo, têm vindo a qualificar os recursos humanos para trabalhar neste projecto.

Já têm duas alunas de pós-doutoramento a trabalhar especificamente na ideia, para que, para o ano, consigam avançar para a produção industrial. "Espero que daqui a um ano já possa ter um produto no mercado", diz.

Mas não esquece a sua essência: "Eu sou um professor universitário. Dou aos alunos a possibilidade de desenvolver as ideias criadas na universidade".

Para avançarem com uma produção industrial terão de investir cerca de meio milhão de euros. Mas, no início, vão reduzir o investimento para 100 mil euros e aproveitar os espaços da universidade. "A partir do momento em que começarem a vender o primeiro produto, já começa a existir algum retorno financeiro", comenta.



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