"As exportações de produtos de aquicultura nacional passaram de umas centenas de milhares de euros em 2009 para quase oito milhões de euros em 2010", revela
Carlos Henriques.
A Pescanova quis instalar a maior unidade mundial de aquicultura de pregado na melhor zona costeira para o efeito. Foi na Praia de Mira que encontraram as condições ideais para a Acuinova. Boa qualidade de águas, temperatura adequada, dimensão do terreno, "excelentes" vias de comunicação com o resto do país e estrangeiro, e meios humanos de qualidade. "Com sensibilidade para o peixe", adianta Carlos Henriques, administrador. O grupo fundado por José Fernández López pretende que metade das suas vendas tenha origem na aquicultura (produção de organismos aquáticos, como a criação de peixes, moluscos, crustáceos, anfíbios para uso do homem) entre 2010 e 2020. Objectivo: fornecer a crescente procura de proteína marina "muito associada a uma alimentação saudável e equilibrada". "É preciso notar que, a nível mundial, a aquacultura é hoje o sector com o crescimento mais acentuado no segmento da produção alimentar de origem animal." Cerca de metade do pescado para consumo humano provém da aquacultura, que deverá continuar a crescer. Porquê? "Devido às limitações da captura de espécies selvagens e ao aumento do consumo."
Apesar da "enorme" Zona Económica Exclusiva de Portugal, a balança comercial de produtos do mar continua com um défice significativo. O aumento da produção de aquicultura nacional vai contribuir para a sua redução. "As exportações de produtos de aquicultura nacional passaram de umas centenas de milhares de euros em 2009 para quase oito milhões em 2010." Para 2011, as perspectivas apontam para valores superiores a 25 milhões de euros.
A Acuinova emprega quase 150 trabalhadores e tem mais de 10 milhões de peixes em "stock". No ano passado, venderam-se aproximadamente mil toneladas de pregado, 95% para exportação. "O projecto foi desenhado com as mais modernas tecnologias, para eliminar quaisquer impactos no meio onde se encontra." A unidade é uma referência tecnológica e é pioneira no cultivo do pregado, de acordo com o seu responsável. "Toda a informatização e automatização permitem obter um gasto mínimo de energia e maximizar os índices de conversão de proteína em produto final, assegurando, ao mesmo tempo, elevados padrões de higiene e segurança."