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Omniflow - Honrar a energia limpa

Com a tecnologia Omniflow, Pedro Ruão pretende acabar com os constrangimentos dos actuais sistemas de microgeração eólica. O objectivo é que, em 2012, a sua invenção esteja no mercado global.

Omniflow - Honrar a energia limpa
20 de Janeiro de 2011 às 10:47
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Pedro Ruão, 32 anos, sempre sentiu necessidade criar coisas novas. Até ao projecto Omniflow, todas as suas invenções ficavam arrumadas na gaveta. Não passavam de ideias. Com a participação no Prémio Inovação EDP Richard Bronson, a perspectiva mudou. "Senti-me realmente motivado", revela. No final de 2010, o seu projecto de energias renováveis foi distinguido com uma menção honrosa na 11.ª edição do Prémio do Jovem Empreendedor, promovido pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Com estas distinções, Pedro Ruão diz que se abrem mais portas, novos contactos e o projecto evolui com mais apoio. Quem sabe não encontra parcerias para a distribuição e promoção do dispositivo que inventou.

O projecto Omniflow pretende conceber um novo sistema de microgeração eólica (energia que provém do vento), que ultrapasse os constrangimentos dos produtos actualmente no mercado. Este dispositivo é uma estrutura imóvel, em forma de cúpula, que, devido às suas aberturas laterais e a uma grande exposição, direcciona o vento a partir de qualquer direcção (omnidireccional). O sistema adapta-se a vários ambientes e velocidades de circulação de ar, operando quer com vento turbulento quer com velocidades mais reduzidas. O objectivo é começar pela microgeração e evoluir posteriormente para o mercado de grande dimensão.

A ideia nasceu no âmbito do Prémio Inovação EDP Richard Branson. O dispositivo de geração de energia eléctrica foi um dos três finalistas, apesar de se encontrar ainda num estado embrionário. "Neste momento, já foram executados e testados vários protótipos de pequena e grade escala em que os resultados mostram, claramente, um futuro promissor para a Omniflow", comenta o jovem licenciado em Engenharia dos Materiais, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. "Na realidade, estamos na presença de uma turbina completamente diferente e inovadora, que não obedece ao mesmo balanço de massas que os dispositivos convencionais", acrescenta. Além de obter um rendimento superior, tem um funcionamento que o jovem afirma ser "notável" em ambientes difíceis como o urbano, onde existem vários factores que impedem o correcto funcionamento dos actuais dispositivos.

UE mais amiga do ambiente
A tecnologia Omniflow pode ser aplicada em vários mercados. Pedro Ruão escolheu o da microgeração por apresentar um investimento inicial mais baixo e pelas perspectivas de crescimento apontadas pelas organizações internacionais, na ordem dos 40%. Entre as metas ambientais traçadas pela UE para 2020, destaca-se a redução das emissões dos gases causadores do efeito de estufa em 30% e o alcance de uma cota de 20% de energia proveniente de fontes renováveis, no consumo geral da comunidade.

Este sistema pode ser instalado em moradias e edifícios novos. Nos já existentes, o dispositivo é pré-fabricado em material compósito, transportado, desmontado em oito partes e montado no edifício. A estrutura tem um baixo impacto visual, confirmado pelo protótipo de três metros que foi instalado num edifício de sete andares em Vila Nova de Gaia. Nesta instalação, foi possível detectar uma emissão de ruído baixa, "dando muito boas indicações para o futuro". "No que diz respeito às grandes instalações, o mercado off-shore [instalações no mar] é o mais atractivo a médio prazo, onde o dispositivo pode ser instalado apenas com recurso a flutuadores", diz. Assim, as fundações são mais fáceis de executar.

No primeiro ano de produção, a Omniflow pretende apostar na microgeração com potências até 10 quilowatt (unidade de medida), prevendo aumentar gradualmente esse valor. Para 2015, o objectivo é entrar no mercado de instalação de dispositivos de grande potência, como as instalações em terrenos montanhosos ou off-shore. "Todo o projecto e processos associados implicam extrema delicadeza, dada a natureza do propriedade industrial, pelo que a divulgação da tecnologia ao grande público não será feita antes dum período de aproximadamente oito meses", comenta. Durante este tempo, o capital é aberto a investidores e a tecnologia optimizada, para que possa entra no mercado, à escala global, em 2012.




Bilhete de Identidade



Área de actividade Energia
Promotores Pedro Ruão
Investimento inicial previsto 200 mil euros
Sede Porto




O que é o dispositivo Omniflow?



O dispositivo Omniflow é uma estrutura imóvel, de baixo impacto visual, com aberturas laterais e grande área de exposição, que direcciona o vento a partir de qualquer direcção (omnidireccional). O actuais sistemas de microgeração eólicos deparam com problemas que inviabilizam a sua utilização em ambientes com alta rugosidade no terreno, como aquela que é observada em ambientes urbanos. Estes obstáculos, além de provocarem um comportamento turbulento no vento, com a mudança de velocidade e direcção também reduzem a sua velocidade média, minimizando a energia disponível nessas zonas. "Estes factos contribuem para explicar porque apenas os sistemas solares fotovoltaicos conseguiram uma penetração real no mercado de microgeração", diz Pedro Ruão.

O sistema Omniflow opera mesmo com velocidades de vento mais reduzidas ou com vento turbulento, oscilações típicas do ambiente urbano.
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