Notícia
Investir em formação para transformar negócios
Na era da digitalização, ganhar competências na área das tecnologias é essencial para criar negócios produtivos ou tornar a sua empresa mais rentável. Jovens à procura do primeiro emprego ou gestores já em actividade, a idade e a formação de base não são critério de exclusão.
13 de Janeiro de 2011 às 10:19
Não está fácil arranjar emprego para um recém-licenciado. Renata Rosa, de Setúbal, é apenas um entre muitos exemplos que se podem encontrar. Licenciada em Gestão da Construção, e sem grandes alternativas no mercado de trabalho, a jovem optou por continuar a apostar na formação académica, tirando um mestrado em Segurança e Higiene do trabalho. Entretanto, está à espera de conseguir, pelo menos, um estágio remunerado que não esteja já tomado, "porque o curso é recente e ainda não há muitas opções". Enquanto isso, decidiu investir num outro tipo de conhecimento: as competências em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) e, há uns meses atrás, frequentou um curso GET-IT.
Este programa de formação foi criado pela Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI), em parceria com o Micro Enterprise Acceleration Institute (MEA-I) e com a fabricante Hewlett-Packard, e pretende estimular o empreendedorismo e dotar os formandos de competências e conhecimentos relacionados com o aproveitamento das TIC numa actividade empresarial. O principal objectivo é dar aos participantes competências para conseguirem um emprego ou para criarem o seu próprio negócio.
Renata Rosa inscreveu-se porque gosta de estar "em formação contínua" e, embora de momento não esteja a pensar criar uma empresa, mais tarde, se as alternativas de emprego continuarem escassas, "por que não"?
Os primeiros centros GET-IT em Portugal surgiram, em 2008, em Castelo Branco, Setúbal e na Loja do Cidadão em Odivelas. Neste período de tempo, e considerando também a possibilidade de realizar acções de formação em itinerância a nível nacional, pelas mãos da FDTI já foram formadas 300 pessoas.
"São na sua maioria jovens com o 12º ano ou estudantes universitários, atraídos pela temática do empreendedorismo e com a noção de que o futuro passa, cada vez mais, pela criação do seu próprio emprego", afirma Jaime Barata, delegado distrital da FDTI em Castelo Branco, por onde já passaram perto de 100 formandos.
Tal como Renata Rosa, Celina Janela também se encaixa no perfil descrito. Com 21 anos, frequenta o curso de Secretariado na Escola Superior de Educação de Castelo Branco e "fez" o GET-IT em Maio deste ano. "Achei interessante. Uma mais-valia. Como podia conciliar com as aulas, decidi participar. É sempre bom obter novos conhecimentos em diversas áreas e aproveitar as oportunidades que estão ao nosso alcance".
Um passo à frente
Parceiros desde 2008 na implementação do GET-IT, FDTI e HP anunciaram há pouco tempo o lançamento de um outro programa também na área da formação tecnológica de empreendedores, o Micro-enterprise Acceleration Program (MAP).
O GET-IT é uma espécie de "primeiro nível": tem como principal objectivo despertar a curiosidade, destina-se a um público mais jovem. Por seu lado, o MAP foi criado a pensar num público que já está integrado no ambiente empresarial, micro-empresários, pequenas e médias empresas e seus colaboradores e ou potenciais empresários, mas que já tenham conhecimentos básicos em TIC, explica Patrícia Leão, presidente do conselho de administração da FDTI.
Este último programa surge para a Fundação como um crescimento natural e conceptual. "Vamos abarcar um novo público, bastante diferente do habitual, falo dos micro-empresários, pequenas e médias empresas que por si só são uma franja bastante desafiante, pois já estão inseridos no mercado de trabalho".
O primeiro centro MAP da FDTI foi lançado em Novembro deste ano, em Setúbal, estando prevista a abertura de mais seis centros, nomeadamente, em Aveiro, Braga, Leiria, Lisboa, Castelo Branco e Beja.
Nestes centros, o objectivo é que os empreendedores possam aprender a utilizar as diferentes ferramentas tecnológicas em benefício das suas empresas.
"O crescimento das pequenas empresas está, muitas vezes, limitado pela falta de competitividade inerente à falta de competências TIC dos empresários e gestores dessas empresas. Por isso, este programa pretende, sobretudo, colmatar esta situação, ajudando, através da utilização das TIC, as pequenas empresas a tornarem-se mais produtivas, mais rentáveis e a crescer de forma mais acelerada", refere Laila Ferreira, responsável pela área de corporate marketing da HP Portugal.
Acessível por vários meios
Gratuita através da FDTI, esta formação é igualmente disponibilizada por associações empresariais e outras entidades ligadas ao sector, como centros de inovação, parques tecnológicos ou câmaras de comércio, sempre ministrada pela HP, que a lançou a nível internacional, com o MEA-I, em 2005.
Foi através de uma dessas entidades, mais precisamente da Associação Empresarial de Sintra, que Maria Luísa Gonçalves, representante da marca de vestuário e acessórios Chevignon em Portugal, conheceu o MAP.
"O que levou a inscrever-me de início foi a curiosidade, porque todos os dias somos confrontados com novas tecnologias, que por sua vez podem levar a novas formas de trabalhar, embora esteja à vontade com o programa informático de gestão que uso no meu ramo. Mas fora disso, provavelmente até em programas mais básicos não tinha grandes conhecimentos", admite.
O caso de João Martins, de 50 anos, é idêntico. Há sete anos criou a Estores João Martins Lda., e durante algum tempo, as novas tecnologias "passaram-lhe ao lado", mas à medida que o negócio foi avançando, e foi angariando mais clientes entre "grandes obras", a necessidade de se "actualizar" impôs-se.
"Só trabalho com grandes construtores, empresas modernas, com sistemas informáticos avançados, e por isso não me podia deixar 'ficar para trás'. Tive de me actualizar".
Hoje o email é uma ferramenta de que não prescinde no contacto com os seus clientes, nomeadamente para o envio de orçamentos, e a internet revela-se numa ajuda preciosa para a pesquisa de materiais. Os módulos de Gráficos Financeiros e a Análise do Fluxo de Caixa também integram as matérias do curso que considerou mais vantajosas para o seu negócio.
Laila Ferreira lembra que este é o espírito que a formação quer suscitar. "O MAP pretende fundamentalmente dar aos pequenos empresários competências e conhecimentos em contexto empresarial das TIC, de forma a aumentar a eficácia e crescimento das suas empresas, ajudando-os também a promover os seus negócios através das novas tecnologias".
Na prática é que está o ganho
Segundo a HP, os módulos desenhados para o MAP são desenvolvidos a partir da perspectiva dos pequenos empresários e a ideia principal é que estes se familiarizem com as TIC e saibam como utilizá-las para resolver os desafios que têm na gestão da sua empresa.
A possibilidade de aplicação prática no negócio dos conhecimentos adquiridos é uma das maiores vantagens do programa, na opinião de Helder Canudo, delegado distrital da FDTI em Beja, onde está prevista a abertura de um centro de formação MAP.
A aprendizagem com as diversas experiências empresariais, na sala de aula, também é uma parte importante do curso "pois, proporciona aos formandos a oportunidade de partilharem as suas ideias, experiências e trocarem opiniões".
Estas são igualmente mais-valias destacadas por Cátia Moreira, de 25 anos, que frequentou o curso durante o Verão. "As situações são colocadas muito na prática. Acabamos por não falar apenas em teoria, mas também naquilo que utilizamos nas nossas empresas. Levamos a nossa experiência para a aula, tal como os outros, o que acaba por ser muito enriquecedor para a nossa formação enquanto empresários", refere a administradora da cadeia de restaurantes Rui dos Pregos.
O que é o "gET-IT"
Este programa de formação foi criado pela Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI), em parceria com o Micro Enterprise Acceleration Institute (MEA-I) e com a fabricante Hewlett-Packard, e pretende estimular o empreendedorismo e dotar os formandos de competências e conhecimentos relacionados com o aproveitamento das TIC numa actividade empresarial. O principal objectivo é dar aos participantes competências para conseguirem um emprego ou para criarem o seu próprio negócio.
Os primeiros centros GET-IT em Portugal surgiram, em 2008, em Castelo Branco, Setúbal e na Loja do Cidadão em Odivelas. Neste período de tempo, e considerando também a possibilidade de realizar acções de formação em itinerância a nível nacional, pelas mãos da FDTI já foram formadas 300 pessoas.
"São na sua maioria jovens com o 12º ano ou estudantes universitários, atraídos pela temática do empreendedorismo e com a noção de que o futuro passa, cada vez mais, pela criação do seu próprio emprego", afirma Jaime Barata, delegado distrital da FDTI em Castelo Branco, por onde já passaram perto de 100 formandos.
Tal como Renata Rosa, Celina Janela também se encaixa no perfil descrito. Com 21 anos, frequenta o curso de Secretariado na Escola Superior de Educação de Castelo Branco e "fez" o GET-IT em Maio deste ano. "Achei interessante. Uma mais-valia. Como podia conciliar com as aulas, decidi participar. É sempre bom obter novos conhecimentos em diversas áreas e aproveitar as oportunidades que estão ao nosso alcance".
Um passo à frente
Parceiros desde 2008 na implementação do GET-IT, FDTI e HP anunciaram há pouco tempo o lançamento de um outro programa também na área da formação tecnológica de empreendedores, o Micro-enterprise Acceleration Program (MAP).
O GET-IT é uma espécie de "primeiro nível": tem como principal objectivo despertar a curiosidade, destina-se a um público mais jovem. Por seu lado, o MAP foi criado a pensar num público que já está integrado no ambiente empresarial, micro-empresários, pequenas e médias empresas e seus colaboradores e ou potenciais empresários, mas que já tenham conhecimentos básicos em TIC, explica Patrícia Leão, presidente do conselho de administração da FDTI.
Este último programa surge para a Fundação como um crescimento natural e conceptual. "Vamos abarcar um novo público, bastante diferente do habitual, falo dos micro-empresários, pequenas e médias empresas que por si só são uma franja bastante desafiante, pois já estão inseridos no mercado de trabalho".
O primeiro centro MAP da FDTI foi lançado em Novembro deste ano, em Setúbal, estando prevista a abertura de mais seis centros, nomeadamente, em Aveiro, Braga, Leiria, Lisboa, Castelo Branco e Beja.
Nestes centros, o objectivo é que os empreendedores possam aprender a utilizar as diferentes ferramentas tecnológicas em benefício das suas empresas.
"O crescimento das pequenas empresas está, muitas vezes, limitado pela falta de competitividade inerente à falta de competências TIC dos empresários e gestores dessas empresas. Por isso, este programa pretende, sobretudo, colmatar esta situação, ajudando, através da utilização das TIC, as pequenas empresas a tornarem-se mais produtivas, mais rentáveis e a crescer de forma mais acelerada", refere Laila Ferreira, responsável pela área de corporate marketing da HP Portugal.
Acessível por vários meios
Gratuita através da FDTI, esta formação é igualmente disponibilizada por associações empresariais e outras entidades ligadas ao sector, como centros de inovação, parques tecnológicos ou câmaras de comércio, sempre ministrada pela HP, que a lançou a nível internacional, com o MEA-I, em 2005.
Foi através de uma dessas entidades, mais precisamente da Associação Empresarial de Sintra, que Maria Luísa Gonçalves, representante da marca de vestuário e acessórios Chevignon em Portugal, conheceu o MAP.
"O que levou a inscrever-me de início foi a curiosidade, porque todos os dias somos confrontados com novas tecnologias, que por sua vez podem levar a novas formas de trabalhar, embora esteja à vontade com o programa informático de gestão que uso no meu ramo. Mas fora disso, provavelmente até em programas mais básicos não tinha grandes conhecimentos", admite.
O caso de João Martins, de 50 anos, é idêntico. Há sete anos criou a Estores João Martins Lda., e durante algum tempo, as novas tecnologias "passaram-lhe ao lado", mas à medida que o negócio foi avançando, e foi angariando mais clientes entre "grandes obras", a necessidade de se "actualizar" impôs-se.
"Só trabalho com grandes construtores, empresas modernas, com sistemas informáticos avançados, e por isso não me podia deixar 'ficar para trás'. Tive de me actualizar".
Hoje o email é uma ferramenta de que não prescinde no contacto com os seus clientes, nomeadamente para o envio de orçamentos, e a internet revela-se numa ajuda preciosa para a pesquisa de materiais. Os módulos de Gráficos Financeiros e a Análise do Fluxo de Caixa também integram as matérias do curso que considerou mais vantajosas para o seu negócio.
Laila Ferreira lembra que este é o espírito que a formação quer suscitar. "O MAP pretende fundamentalmente dar aos pequenos empresários competências e conhecimentos em contexto empresarial das TIC, de forma a aumentar a eficácia e crescimento das suas empresas, ajudando-os também a promover os seus negócios através das novas tecnologias".
Na prática é que está o ganho
Segundo a HP, os módulos desenhados para o MAP são desenvolvidos a partir da perspectiva dos pequenos empresários e a ideia principal é que estes se familiarizem com as TIC e saibam como utilizá-las para resolver os desafios que têm na gestão da sua empresa.
A possibilidade de aplicação prática no negócio dos conhecimentos adquiridos é uma das maiores vantagens do programa, na opinião de Helder Canudo, delegado distrital da FDTI em Beja, onde está prevista a abertura de um centro de formação MAP.
A aprendizagem com as diversas experiências empresariais, na sala de aula, também é uma parte importante do curso "pois, proporciona aos formandos a oportunidade de partilharem as suas ideias, experiências e trocarem opiniões".
Estas são igualmente mais-valias destacadas por Cátia Moreira, de 25 anos, que frequentou o curso durante o Verão. "As situações são colocadas muito na prática. Acabamos por não falar apenas em teoria, mas também naquilo que utilizamos nas nossas empresas. Levamos a nossa experiência para a aula, tal como os outros, o que acaba por ser muito enriquecedor para a nossa formação enquanto empresários", refere a administradora da cadeia de restaurantes Rui dos Pregos.
O que é o "gET-IT"
O GET-IT destina-se a jovens com idades entre os 16 e os 25 anos que estejam à procura de emprego ou que queiram criar o seu próprio negócio.
Com uma carga horária de 20 horas, o curso tem cinco módulos - Operações e Gestão, Ferramentas Financeiras, Ferramentas de Comunicação, Ferramentas de Marketing e Gestão de Tecnologia -, cada um dividido em dois tópicos.
Como funciona o Micro-enterprise Acceleration Program
Com uma carga horária de 20 horas, o curso tem cinco módulos - Operações e Gestão, Ferramentas Financeiras, Ferramentas de Comunicação, Ferramentas de Marketing e Gestão de Tecnologia -, cada um dividido em dois tópicos.
Como funciona o Micro-enterprise Acceleration Program
O MAP destina-se a um público que já está integrado no ambiente empresarial, micro empresários, pequenas e médias empresas e seus colaboradores e/ou potenciais empresários.
O programa inclui cinco módulos temáticos - Operações e Gestão, Finanças, Comunicações, Marketing e Gestão de Tecnologia -, que no total contêm dezanove tópicos. Cada tópico pretende tratar ferramentas que podem ajudar a lidar com um desafio empresarial diferente.
A carga horária do MAP varia entre 40 a 50 horas.
O programa inclui cinco módulos temáticos - Operações e Gestão, Finanças, Comunicações, Marketing e Gestão de Tecnologia -, que no total contêm dezanove tópicos. Cada tópico pretende tratar ferramentas que podem ajudar a lidar com um desafio empresarial diferente.
A carga horária do MAP varia entre 40 a 50 horas.