"Há entre nós quem se entretenha a descobrir a pólvora em que outros se queimaram"
António Borga, director-geral da Valentim de Carvalho Televisão
Produções de marca: Quem Quer Ser Milionário Alta Pressão, Só Visto, Top+, Família, Família, Disney Kids, Doutor Preciso de Ajuda e As Tardes da Júlia.
As principais dificuldades com que se depara, actualmente, uma empresa de produção residem, em parte, na insistência de alguns operadores de televisão em apostarem em soluções inadequadas à procura, acusa António Borga, director-geral da Valentim de Carvalho Televisão. Por outro lado, assentam também num equívoco que se tem revelado ruinoso para esses mesmos operadores: a ilusão de que a apropriação quase total dos meios de produção pelas empresas difusoras gera poupanças ou, mesmo, mais-valias, o que os leva a limitar a produção aos meios que ainda geram maiores receitas publicitárias.
"Este erro, que a legislação dos EUA impede e que uma gestão incompetente ainda permite que seja cometido entre nós à falta de regulação adequada por parte da União Europeia já foi, apesar de tudo, corrigido em vários países europeus. No entanto, como é hábito, há entre nós quem se entretenha a descobrir a pólvora em que outros se queimaram".
Atrás deste erro, vem outro: os operadores de telecomunicações, que julgam encontrar os conteúdos de que necessitam nas empresas vocacionadas para a difusão e não para a produção. "Também aqui, a mão acabará por ser emendada entre nós, depois de mais alguns milhões mal gastos, tal como já foi em países como a Itália, a Espanha ou a Alemanha. Não na Grã-Bretanha, onde gere quem sabe e produz quem deve".