Quando Jaime Lopes decidiu aventurar-se num MBA já tinha dez anos de experiência profissional. Foi na EGP-UBS - Escola de Negócios da Universidade do Porto que voltou a sentar-se na cadeira dos alunos, no inicio da década de 90. Quatro anos depois, começava a sua jornada na Amorim Imobiliária. Foi responsável pela criação da marca "Shoping Centers Dolce Vita" e pela implementação de 16 centros comerciais. Quando integrou a administração da empresa, conduziu o processo de internacionalização da marca. Foi vice-presidente executivo da empresa, que em 2007 foi adquirida pela Chamartín Imobiliária, onde ocupou o cargo de CEO. Dois anos depois, empreendeu: lançou a Fitout.
Quando se inscreveu no MBA, resolveu dedicar-lhe todo o seu tempo. "Procurava, sobretudo, preparar a difícil transição de técnico para gestor. Hoje, recuando 20 anos, posso dizer que esses objectivos foram alcançados", diz. Jaime Lopes acrescenta que o curso foi fundamental para a sua entrada no Grupo Amorim.
Depois da escalada "por conta de outrém", tinha chegado a hora de avançar com um projecto seu. Foi com outra maturidade que lançou a Fitout, empresa promotora de serviços do sector imobiliário, especializado no segmento "retail", e que está presente em mais quatro países:
Brasil,
Roménia,
China e
Espanha. "A Fitout surge na sequência de 15 anos de forte actividade imobiliária no Grupo Amorim e, sobretudo, na área dos Centros Comerciais." Actualmente, a empresa dedica-se a exportar o "know-how" português nesta matéria para o Brasil.
"O MBA fomentava o lado empreendedor de cada um. Tive a sorte de ao longo dos anos ter de tomar muitas decisões de gestão, o que me permitiu reforçar esse lado empreendedor", explica, sem esquecer os colegas de formação, "todos com carreiras fantásticas", que lhe permitiram criar uma rede de contactos para toda a vida. Não hesita em dizer que o MBA foi decisivo na sua carreira e no lançamento da Fitout. Mas alerta: apesar deste tipo de formação fornecer as ferramentas, cabe a cada executivo aproveitá-las como considerar melhor. Para quem as sabe usar, Jaime Lopes acredita que facilitam o dia-a-dia.
"A questão da liderança é vital nas organizações. É provavelmente o factor de maior peso no sucesso de uma organização. O MBA permitiu-me ter uma visão global da gestão e preparou-me para melhor perceber as competências necessárias para se ser melhor líder." Talvez tenha sido por isso que recrutou três ex-alunos da EGP para trabalhar consigo. É o caso de Paula Soares, 34 anos, e directora financeira da Fitout, no Brasil. Trabalhava há cinco anos na
Sonae Sierra, quando a empresa lhe propôs que fizesse um MBA. Como sempre quis completar a sua formação académica com outra mais genérica, aceitou. Em Dezembro de 2005, terminou-o.
O convite para trabalhar com Jaime Lopes surgiu depois. A equipa da Fitout no Brasil inclui, além de Paula Soares, outros dois portugueses, com quem o presidente já tinha tido oportunidade de trabalhar. "Além de se tratar de um projecto novo, é um projecto que procura valer-se das competências técnicas da sua equipa e da capacidade de gestão para vencer num mercado altamente competitivo", diz. Para a directora financeira, a grande mais-valia da formação foi a aquisição de novas competências comportamentais, que, neste processo de internacionalização, têm sido "essenciais". A necessidade de lidar com um contexto económico e social diferente do português exige competências de gestão de mudança, de recursos e relações, temas que foram "altamente desenvolvidos nas disciplinas leccionadas" segundo a directora.
Mais do que formação para executivos, o MBA deve ser um agente de mudança. "Sem dúvida que uma formação adequada permite um reforço da competência", acrescenta Jaime Lopes, o que deve ajudar à mudança gradual do tecido empresarial.