Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

A importância da consciência "verde"

Não é uma moda, mas uma obrigação cívica. Os equipamentos eléctricos e electrónicos não valem de nada acumulados no arquivo morto da empresa, mas podem ser reutilizados em funções produtivas ou reciclados para evitar danos no ambiente

06 de Março de 2009 às 12:16
  • ...
Não é preciso ser uma grande empresa para implementar um sistema de reciclagem de papel e de "toners", ou aplicar as regras ao equipamento eléctrico e electrónico. A consciência "verde" não escolhe dimensão e vale para todas as tipologias empresariais, ajudando também a poupar alguns euros, numa redução de custos que é sempre bem vinda e que faz parte da experiência diária de muitas PME.

Ligada ao mar como velejadora, Ana Lima admite que a consciência ambiental lhe foi transmitida desde muito cedo por este circuito familiar. "A sensibilidade passa naturalmente do nosso dia-a-dia para a empresa", explica a responsável pela empresa de comunicação AnaLima Comunicação e Marketing que criou em 2003. Por isso mesmo foi de forma natural que encarou a reutilização dos equipamentos face às mudanças informáticas exigidas a qualquer ambiente de trabalho que se quer manter competitivo.

"Quando os computadores e as impressoras já não se adequavam ao nosso trabalho tentávamos recuperá-las. Trabalhamos com associações de crianças desfavorecidas e já reutilizámos equipamentos, mas temos a preocupação de não dar 'lixo'", justifica.


HomeKeep
http://www.homekeep.pt/
Sofia Vítor
32 anos
Designer especializada em design de interiores e especialmente em estruturas pombalinas da cidade de Lisboa, onde a HomeKeep, empresa de que é sócia, actua, Sofia Vítor transferiu as suas preocupações ambientais de casa para o escritório e aposta na reciclagem e reutilização de "toners", mas também de equipamento informático.

Para quem não tem estas ligações, há algumas entidades que aceitam produtos para reutilizar e usam-nos depois para dar acesso a jovens e idosos a equipamento informático que de outra forma não poderiam comprar. A própria Amb3E - Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, que gere os resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos, tem um sistema de reutilização que pode ser utilizado com este fim, mas muitas vezes é mais eficiente procurar directamente as associações no terreno e promover esta nova vida para os equipamentos.

Lixo com fim ajustado

A verdade é que apesar dos circuitos que se criaram, quem quer entregar o lixo eléctrico e electrónico nem sempre lhe encontra um destino fácil. Ana Lima recorda que teve alguns problemas que motivaram uma consulta ao presidente da autarquia de Lisboa, uma história que conta como piada, mas que mostra também a eficácia dos circuitos de comunicação de António Costa. "Tentámos procurar na Câmara um serviço de reciclagem e recolha de equipamentos e quando nos responderam que não havia fiz uma exposição ao António Costa. Duas horas depois tinha uma resposta com o contacto de três empresas que faziam a recolha", conta Ana Lima. Problema resolvido.

Os contactos que mantinha com a AMI, onde é também socorrista, facilitaram a adesão ao sistema de recolha de tinteiros, que partilha com os "vizinhos" do centro de escritórios onde a AnaLima Comunicações está instalada. "Quando está cheio é só telefonar e eles vêm buscar", indica.


Ana Lima Comunicações
http://www.analimacomunicacao.com/
Ana Lima
61 anos
É velejadora e esteve desde sempre ligada ao mar, o que lhe aguça a consciência ambiental. Depois de ter sido jornalista, Ana Lima tem agora uma empresa de comunicação, onde as regras ambientais estão bem interiorizadas em toda a equipa. Do papel aos "toners" e computadores, nada se desperdiça, tudo se transforma.

O mesmo sistema é usado na HomeKeep e na Oficina de Arquitectura. Sofia Vítor, designer e especializada em design de interiores e projectos de remodelação de estruturas pombalinas, área onde a HomeKeep actua, confessa também que encontrar contactos para reciclar equipamentos não é fácil e que foi preciso algum esforço para obter a informação. "Deitar os equipamentos obsoletos para o lixo não era opção, mas não foi fácil obter informação sobre onde poderíamos entregá-los para reciclar". Já nos "toners", no programa da AMI, não houve qualquer dificuldade. "Usamos tinteiros reciclados que são mais baratos e ao mesmo tempo estamos a fazer um donativo. Desta forma podemos ajudar a AMI de forma simples", explica Sofia Vítor. Pelo tipo de projectos em que está envolvida a HomeKeep, o consumo de tinteiros é elevado e o uso de "toners" e tinteiros reciclados representa uma poupança interessante, embora tenha a desvantagem destes terem menor durabilidade. A designer refere ainda a comodidade do sistema como uma vantagem: quando trazem os novos tinteiros recolhem os que estão no contentor de reciclagem.


Desperdício a evitar
A Oficina de Arquitectura tem também uma grande experiência na reciclagem de tinteiros, projecto em que embarcou há mais de uma década. Luísa Gomes explica que nem sempre utilizam "toners" reciclados, por nem sempre ser eficiente apesar dos custos mais baixos. A arquitecta explica que o elevado volume de impressões e de papel usado é também uma preocupação. O facto de possuírem muitas peças desenhadas, que têm de estar impecáveis para os projectos de arquitectura, faz com que exista bastante desperdício, difícil de reutilizar. Neste caso a Oficina de Arquitectura recorre aos serviços da Câmara para a reciclagem de papel, entregando-o directamente nos postes de recepção. Os equipamentos informáticos têm normalmente um destino também "verde", com a entrega a empresas de reciclagem.


Oficina de Arquitectura
http://www.oficina-arquitectura.pt/
Luísa Gomes
51 anos
Arquitecta desde 1989, Luísa Gomes já integrava a Oficina de Arquitectura antes de ter concluído o curso e nunca se desligou da empresa, onde também tem vindo a promover um espírito mais verde, embora admita haver ainda muito desperdício de papel devido aos projectos que exigem peças desenhadas muito grandes onde tudo tem de estar absolutamente perfeito. O papel vai todo para o contentor azul, enquanto os "toners" e equipamento informático são reciclados com empresas especializadas.

Estas experiências mostram que a reutilização do material e a sua reciclagem não têm custos, sendo apenas preciso um pouco mais de tempo investido para que as empresas assegurem um destino que não cause tantos danos ao ambiente. As próprias fabricantes de equipamento electrónico estão também mais conscientes da necessidade de fabricarem modelos que tenham menos substâncias químicas e usam os "selos ecológicos" como argumento de venda perante utilizadores mais sensíveis a esta questão. Por isso, quando comprar, procure também estar atento a estas características.

O que fazer ao lixo electrónico?

Verifique se os equipamentos ainda podem ter utilidade para outros utilizadores com menores exigências e promova a sua reutilização. Esta regra serve para PC, portáteis, impressoras, ecrãs, telemóveis e outros aparelhos semelhantes.


Quando os equipamentos já não têm utilidade não devem ficar a ganhar pó no armazém da empresa, podendo ser entregues para reciclagem. Para encontrar um centro de recepção da Amb3E pode fazer uma pesquisa no "site" desta entidade (http://www.amb3e.pt) ou ligar o número verde 800 262 333.


Pode também recorrer aos pontos electrão em 65 espaços comerciais para equipamentos mais pequenos. Estes estão também listados no "site" da Amb3E.


Recicle os "toners" com o programa da AMI utilizando os muitos contentores de recolha de "toners" e tinteiros que estão presentes em diversos locais ou solicitando um para a sua empresa através do número de telefone 218362100 ou do "email" reciclagem@ami.org.pt.


Considere a possibilidade de usar tinteiros e "toners" reciclados: são mais baratos e embora durem menos podem servir a mesma funcionalidade.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio