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Trabalhadores da RTP pedem explicações sobre novas contratações

A Comissão de Trabalhadores da RTP quer saber se a contratação de Ana Lourenço foi alvo de excepção às regras que impedem a ida de pessoal para os quadros. E defende “os mesmos direitos” para todos.

02 de Março de 2016 às 12:59
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A comissão de trabalhadores (CT) da RTP dá as boas vindas a Ana Lourenço aos quadros da RTP, considerando que é uma "jornalista de reconhecido mérito profissional", segundo um comunicado. No entanto, quer saber se a ida da ex-pivot da SIC para a estação pública foi alvo de excepção às actuais regras que impedem a contratação de pessoal para os quadros.

 

"Como o orçamento não permite que haja novas contratações para os quadros, e há centenas de jovens na RTP em situação precária, a recibos verdes, a pergunta que fazemos é se a Ana Lourenço foi contratada a recibos verdes ou houve mais alguma excepção [da parte do ministério que tutela os media]", explicou ao Negócios Paulo Mendes, porta-voz da CT da estação pública.

 

A RTP está impedida de contratar pessoal para os quadros, no âmbito das normas para a contratação pública. Para tal, necessita do aval do ministério que tutela o sector, neste caso o da Cultura, liderada por João Soares.

 

João Paulo Baltazar, director de informação da rádio pública, e Daniel Deusdado, director de programas da RTP1, em acumulação com os cargos de director da RTP Informação e da RTP Internacional, foram as duas últimas contratações alvo desta excepção.

 

Tendo em conta o percurso profissional de Ana Lourenço, "e o seu mérito profissional", ficaria muito surpreendido que tivesse vindo a recibos verdes", comenta Paulo Mendes.

 

Questionado sobre se a CT já tinha tido "feedback" da parte da administração da RTP sobre esta questão, Paulo Mendes explicou que como o anúncio é recente, a contratação foi comunicada ontem, 1 de Março, ainda não contactaram a equipa liderada por Gonçalo Reis.

 

O porta-voz da CT da RTP sublinhou ainda que a RTP tem "centenas de jovens em situações precárias", e há casos "que passam de contrato a termo para recibos verdes". Uma situação que a CT tem vindo a alertar nos últimos tempos, esperando que haja mudanças.

 

"O serviço público precisa de todos os profissionais competentes que nele trabalham tratados por igual e com os mesmos direitos", lê-se na mesma nota emitida pela comissão de trabalhadores.

 

"Esta CT espera, no futuro, poder dar as boas vindas aos quadros da RTP, aos muitos trabalhadores precários a recibo verde, sem os quais seria impossível manter a funcionar o serviço público de rádio e televisão de Portugal, e que cuja contratação ainda não foi alvo de qualquer excepção por parte do Dr., Ministro da Tutela, Dr. João Soares", acrescentam os trabalhadores, em tom de ironia, no mesmo comunicado.

Contactada pelo Negócios, a RTP comentou apenas que a contratação da jornalista Ana Lourenço enquadra-se no que a administração da RTP tem vindo a defender: "a procura de talento para trabalhar na empresa".

(Notícia actualizada às 13:18 com a resposta da RTP)

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