Notícia
Media franceses travam bloqueadores de publicidade na net
Alguns media franceses uniram-se para alertar os leitores da ameaça que os bloqueadores de anúncios nos sites podem representar para a sustentabilidade da indústria.
"Para os nossos 400 jornalistas poderem fornecer notícias variadas e com qualidade todos os dias... precisamos de receitas de publicidade". Esta é a mensagem que aparece no site do Le Monde aos leitores que têm instalado um programa de bloqueadores de anúncios. Uma iniciativa seguida por vários sites noticiosos franceses para alertar os consumidores da ameaça que estes softwares podem representar para a indústria.
A acção foi organizada por uma associação francesa que representa empresas online (Geste) e visa reverter a crescente popularidade destes programas entre milhões de utilizadores em todo o mundo, permitindo filtrar anúncios que consideram irritantes e por vezes tornam as páginas mais lentas, mas que representam uma fonte de receitas essencial para a sustentabilidade dos media.
Enquanto o Le Monde lança apenas um alerta para a ameaça que estes programas pode trazer ao sector, permitindo que depois o leitor entre no site, outros órgãos de comunicação social, como o L’Equipe e Le Parisien, exigem que os programas sejam desactivados para ter acesso aos conteúdos da página.
Além dos títulos de media, o serviço de "streaming" de música Deezer, sediado em território francês, também se juntou ao manifesto, relata do The Guardian.
A popularidade destes programas gratuito, de fácil instalação, acontece numa altura em que os media já estão a sofrer com a queda das receitas publicitárias, o que tem levado alguns meios de comunicação social a preparar defesas para esta nova batalha, como a introdução de mensagens a pedir aos utilizadores de bloqueadores de anúncios para desligarem o software, ou pagarem pelos conteúdos.
O alemão Bild foi um dos primeiros títulos na Europa a avançar com esta medida, que já foi replicada no Reino Unido, pelo City AM, jornal diário gratuito.
O New York Times também já anunciou que está "a explorar várias opções, incluindo, mas não só, soluções técnicas para mitigar a ameaça crescente dos "ad-blockers". O Washington Post também já informou que está a preparar resposta para esta ameaça.
De acordo com um estudo da PageFair e da Adobe no ano passado havia 198 milhões de utilizadores activos deste tipo de programas, um número que aumentou 41% face ao ano anterior. Em Portugal, no final de Junho de 2015, 20,80% dos utilizadores de internet tinham instalado este tipo de programas.