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Ronaldo e Messi garantem preços elevados na transmissão de futebol em Espanha

Os preços dos direitos de transmissão televisiva dos jogos da primeira liga espanhola de futebol continuarão a aumentar nos próximos anos, impulsionados pela rivalidade entre o português Cristiano Ronaldo e o argentino Lionel Messi.

Getty Images
04 de Fevereiro de 2018 às 14:00
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O apelo da rivalidade entre Cristiano Ronaldo e Lionel Messi deverá continuar a aumentar os preços dos direitos de transmissão do futebol espanhol, segundo a previsão feita por uma das grandes compradoras - para decepção das empresas de media e de telecomunicações que esperavam pagar menos.

 

"A procura televisiva não parece ter atingido o pico, pelo contrário", disse Taxto Benet, fundador da Imagina Media Audiovisual, a maior compradora de direitos da Espanha. "A televisão está num momento de grande crescimento."

 

No momento em que a liga local do Real Madrid e do Barcelona se prepara para uma nova venda de direitos, Benet estima que o desporto beneficiará com o número crescente de formas distintas de assistir aos jogos. O facto de as partidas serem disponibilizadas por meio de telefones e tablets, além das TVs, deverá manter o aumento dos preços, isto apesar das queixas de grandes empresas de media que consideram que os custos atingiram níveis exorbitantes, disse Benet, em entrevista, na sede da Imagina, em Barcelona, também conhecida como Mediapro.

 

A Liga Espanhola deverá leiloar os direitos de três temporadas a partir de 2019, durante o primeiro semestre do ano, embora a data ainda não tenha sido programada oficialmente. No último leilão, a liga levantou cerca de 2,65 mil milhões de euros por um período de três temporadas.

 

O chefe da Vodafone, uma grande fornecedora de banda larga e de serviços móveis na Espanha, disse em Novembro que os preços dos direitos no país são irracionais e que a empresa precisa cobrar aos clientes até 60 euros por mês para equilibrar as finanças do futebol. A rival Orange também acha os preços estão demasiado altos, disse Laurent Paillassot, chefe da unidade espanhola da operadora, no fim do ano passado.

 

É improvável que essas queixas tenham algum efeito sobre as propostas reais, disse Benet.

 

"Faz sentido que alguém que precisa comprar um produto tente reduzir o preço", sustentou Benet. "Cada pessoa tem a sua estratégia e a minha não seria minar publicamente o valor desse produto. Se alguém diz publicamente que o futebol está demasiado caro, está a dizer aos seus clientes que eles pagam mais do que vale."

 

Enquanto as empresas de media e telecomunicações adquirem direitos para depois exibir desportos nas suas próprias plataformas, a Mediapro compra direitos para revender às emissoras, já que não possui um canal independente. Até agora, essa estratégia tem beneficiado a empresa de capital fechado, que cresce de forma constante desde que Benet e os respectivos sócios a fundaram, em 1994. O acordo com a chinesa Orient Hontai, que comprará uma participação maioritária da Mediapro, deverá ficar concluído neste ano, disse Benet.

 

Na sexta-feira, a Mediapro iniciou negociações exclusivas com a liga de futebol italiana para a aquisição de direitos de transmissão após vencer a Sky e a Mediaset em leilão. A Mediapro ofereceu 950 milhões de euros, pouco mais do que os 945 milhões de euros que a liga obteve no leilão anterior. As empresas de media derrotadas ofereceram um total combinado de 830 milhões de euros.

 

A Telefónica, principal difusora do futebol na Espanha, não assumiu uma postura pública em relação aos preços dos direitos. Segundo a lei espanhola, a Telefónica é obrigada a revender uma certa quantidade de conteúdos a rivais como a Vodafone e a Orange.

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