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PS responsabiliza Governo por "origem da confusão" sobre RTP
A deputada socialista Inês de Medeiros disse esta quarta-feira que o PS não toma qualquer parte no conflito entre a administração da RTP e o Conselho Geral Independente e responsabilizou o Governo PSD/CDS-PP "pela confusão".
Questionada sobre a proposta do Conselho Geral Independente para a destituição da administração da RTP, Inês de Medeiros disse que o PS "foi bastante crítico da administração da empresa" e continua "muito preocupado com a forma como está a ser gerida" mas "não toma qualquer parte neste conflito".
"O que nós lamentamos é que na origem desta confusão, mais uma vez, esteja quem? O Governo", disse a deputada, acrescentando que "não faz a avaliação" sobre se a administração actual tem condições para continuar apesar de admitir que o Conselho Geral, órgão supervisor, tem essa atribuição.
"Na base deste conflito está a acção do próprio Governo. É o Governo que mistura a questão do plano estratégico com a questão da compra dos jogos da liga dos campeões", afirmou, manifestando estranheza pela posição já expressa, em comunicado, pelo gabinete do ministro da tutela, Poiares Maduro.
O ministro afirmou que o Governo "enquanto titular da posição accionista do Estado, actuará em conformidade com a proposta" do Conselho Geral Independente.
"O PS acha estranho esta posição. Há um mês o ministro achou que [a compra dos jogos da Liga dos Campeões] era uma boa opção, o que é que o levou a alterar a sua posição. E tanto mais se esse é o seu fundamento da sua aceitação agora [da destituição da administração da RTP]", disse a deputada do PS.
O anúncio da destituição é o culminar de um 'braço-de-ferro' entre o CGI e administração da RTP e acontece um dia depois da equipa liderada por Alberto da Ponte ter afirmado que iria continuar a exercer o seu mandato na defesa exclusiva dos interesses da empresa e que pretendia "continuar a cooperar" com o órgão de supervisão.
Na segunda-feira, o CGI anunciou o 'chumbo', pela segunda vez, do projecto estratégico apresentado pela administração da RTP, acusando-a ainda de ter violado o princípio da lealdade institucional e o dever de colaboração com o órgão supervisor, por não ter informado sobre os direitos da Liga dos Campeões de futebol, uma vez que considerava que o assunto também é de "natureza estratégica".
O mandato da administração de Alberto da Ponte termina em Setembro de 2015.