Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Prisa quer mudar liderança e alterar estratégia da dona da TVI  

A substituição de Rosa Cullell pode estar iminente, noticia a Bloomberg, dando conta que depois de falhada a venda da companhia, a Prisa pretende alterar a estratégia da unidade portuguesa.

Cullell está à frente da Media Capital há oito anos Ricardo Ruella
05 de Julho de 2019 às 15:07
  • 4
  • ...

A empresa espanhola Prisa está a ponderar avançar com uma alteração de estratégia na Media Capital, que poderá também passar pela alteração da liderança da dona da TVI, que é atualmente exercida por Rosa Cullell.

 

A notícia está a ser avançada esta sexta-feira pela agência Bloomberg, que cita duas pessoas próximas do assunto. Segundo a agência de notícias, a companhia espanhola pretende uma nova estratégia para a Media Capital, onde controla 94,96% do capital, depois de não ter conseguido alienar a empresa.

 

A Bloomberg adianta que a substituição de Rosa Cullell como CEO da Media Capital pode estar "iminente", embora não tenha ainda sido tomada uma decisão final. A Prisa e Rosa Cullell recusaram comentar a notícia.

Audiências e resultados em queda

 

A gestora espanhola está à frente da dona da TVI desde 2011, sendo que este ano está a ser marcado pela perda de liderança nas audiências da estação de televisão pela primeira vez desde 2005.

No primeiro semestre deste ano, a SIC obteve um "share" de 19% quase dois pontos percentuais acima da TVI (17,3%). Tendo em conta apenas o mês de junho a distância entre os dois canais foi de 4,5 pontos percentuais e a TVI surge apenas 1,7 pontos percentuais à frente da RTP1. 

 

A descida das audiências refletiu-se nos resultados da Media Capital, que viu o EBITDA baixar 83% no primeiro trimestre deste ano. Os resultados líquidos foram negativos (-1,4 milhões), contra lucros no mesmo período do ano passado.

 

Rosa Cullell justificou na altura a queda nos resultados com os "montantes investidos", que foram "superiores ao verificado em anos anteriores, e não são referência para o futuro". A CEO dizia acreditar que tal investimento iria ter "um impacto positivo nos resultados do ano e na grelha da televisão já a partir de maio", mas pelo menos nas audiências de junho tal não era ainda visível.

 

Pela primeira vez em 11 anos, em 2019 a Media Capital não pagou dividendos aos seus acionistas. No ano passado, a Media Capital regressou às contas da Prisa como "uma operação continuada", deixando de estar como ativo disponível para venda

No exercício de 2018, a Prisa reviu em baixa o valor da Media Capital, justificando-o com as perspetivas de longo prazo na atividade da dona da TVI e no aumento do risco país. Avaliou-a em 254,5 milhões de euros, o que compara com os 330 milhões a que estava registada em 2017 e os 416 milhões de 2016.

Conta a Bloomberg que não deram resultado os esforços que a Prisa encetou já este ano para alienar a Media Capital. O Expresso noticiou em fevereiro que a Prisa tinha já este ano contactado potenciais compradores, como a Cofina (dona do Negócios e da CMTV) e a Record TV (detida pela IURD). 

Há dois anos a companhia espanhola tinha um acordo para vender a empresa de media portuguesa à Altice por 440 milhões de euros, mas o negócio colapsou devido à oposição da Autoridade da Concorrência.

 

Há vários anos que a empresa espanhola tenta vender a sua unidade portuguesa, mas sem sucesso. Desde a tentativa falhada com a Altice, em 2018, a Prisa procedeu a uma profunda reestruturação do seu negócio em Espanha, que passou pela redução significativa da posição acionista da família Polanco.

Ver comentários
Saber mais Prisa TVI Media Capital Rosa Cullell Altice
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio