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Prisa confirma memorando para Mário Ferreira comprar 30% da TVI
A empresa espanhola revelou que o memorando de entendimento com o dono da Douro Azul para negociações exclusivas é válido até 15 de maio.
Segundo o documento, o memorando visa definir "os termos e condições iniciais sob os quais as partes estão dispostas a realizar a transação" e "os passos a tomar para a concretização da transação, incluindo contactos preliminares com as autoridades reguladoras portuguesas".
O negócio deverá ser formalizado através da execução de um acordo de transação de um bloco de ações.
Após essa transação, o memorando prevê que a Pluris seja representada "de forma apropriada (sem uma posição de controlo) no conselho de administração da Media Capital".
A Prisa continuará como acionista maioritário da Media Capital e não haverá uma concertação entre as partes mas a empresa espanhola "considera a Pluris um co-investidor ideal (...) tendo em conta o seu compromisso com Portugal e a economia portuguesa, o compromisso de apoiar e ajudar a equipa de gestão da Media Capital com o seu conhecimento financeiro, um passado como investidor responsável e orientado para o crescimento e ainda o compromisso e capacidade de disponibilizar, caso necessário, financiamento adicional à Media Capital".
A 15 de abril, a Media Capital divulgou um comunicado onde deu conta da entrada de dois novos administradores, sendo um deles Manuel Alves Monteiro. O atual presidente da Assembleia Geral da Associação Portuguesa de Analistas é também vogal do conselho de administração da CIN e da Mystic Invest, cujo capital é maioritariamente detido pelo empresário Mário Ferreira.
Na ocasião, questionado pelo Negócios sobre uma relação entre a sua nomeação e um eventual interesse de Mário Ferreira na TVI, Manuel Alves Monteiro reagiu assim: "Teorias da conspiração… não dou para esse peditório".
O grupo Cofina, proprietário do Negócios, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Record, tinha um acordo com a Prisa para a compra da TVI, o qual acabou por abortar devido à não concretização da operação de aumento de capital que se destinava a financiar a oferta pública de aquisição (OPA) da Media Capital à Prisa. Nesta operação estava também envolvido Mário Ferreira.
Em comunicado enviado à CMVM a 20 de março, a Cofina informou o mercado da resolução do contrato para a compra da dona da TVI. "A declaração de resolução funda-se, entre outros aspetos, numa inesperada e muito significativa degradação da situação financeira e perspetivas da Vertix e da Media Capital, especialmente agravadas pelo presente contexto de emergência causado pela pandemia Covid-19, e no comportamento da Prisa, que incorreu em violações contratuais graves e, por último, manifestou expressamente a intenção de não cumprir o Contrato, o que afetou irremediavelmente a relação de confiança entre as partes", justificou o grupo proprietário do Negócios.