O ouro foi o metal com melhor desempenho em 2008. E 2009 poderá ser o oitavo ano de valorização deste metal precioso, já que os investidores continuam a vê-lo como um valor seguro. A desvalorização do dólar torna o metal amarelo ainda mais atractivo.

De acordo com as previsões de 20 analistas, operadores e investidores inquiridos pela Bloomberg, as cotações do ouro atingirão uma média de 910 dólares por onça este ano, o que corresponderá a mais 4,3% do que em 2008. Em contrapartida, a prata e a platina, cujo preço médio subiu pelo menos 12% no ano passado, irão perder terreno este ano, segundo as estimativas destes especialistas.

Saliente-se que o ouro foi uma das únicas quatro matérias-primas que subiram no ano passado, ao passo que o índice CRB Reuters/Jefferies caiu 36% - o que correspondeu ao pior desempenho dos últimos 50 anos para este índice de “commodities” que negoceia em Nova Iorque um cabaz de 19 mercadorias.

“As pessoas receiam a inflação, receiam a crise do crédito e receiam perdas cambiais, pelo que o ouro é a perfeita garantia contra tudo isso”, comentou à Bloomberg um responsável da MKS Finance, Frederic Panizzutti. Segundo este especialista, o preço do ouro deverá ascender a uma média superior a 900 dólares por onça no primeiro semestre deste ano.

Os preços médios do ouro subiram durante sete anos consecutivos, o que corresponde ao mais longo período seguido de valorizações desde pelo menos 1949, refere a Bloomberg. Se bem que a subida de 5,8% em 2008 tenha sido a mais baixa desde 2004 em dólares, essa valorização foi de 11% em euros e de 44% em libras esterlinas, salienta a mesma fonte.

“Tudo leva a crer que os preços do ouro vão ganhar terreno e muito mais cedo do que a maioria das pessoas pensa”, afirmou o CEO da Randgold, Mark Bristow

Por outro lado, o “chairman” da GFMS, Philips Klapwijk, comentou à Bloomberg que o ouro atingirá novos recordes em 2009. A Dallas Commodity e a MF Global estimam um nível de 1.200 dólares por onça.

Na sessão de hoje, a valorização do dólar face ao euro está a penalizar o ouro, cujos contratos para entrega imediata seguiam em baixa de 1,2% no mercado londrino, nos 843,8 dólares por onça. Em Nova Iorque, os futuros do ouro perdiam 3,1%, para 828,8 dólares por onça.

A queda dos custos com a energia reduziu também a procura de ouro como refúgio contra a inflação, o que penalizou o metal amarelo, num dia de fortes perdas para o petróleo.