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Oscar Mascarenhas, o jornalista

O melhor mestre para estagiários. Um jornalista que enchia a redacção. Com quem não havia meio termo. Oscar Mascarenhas, 9 de Dezembro de 1949, 5 de Maio de 2015.

Correio da Manhã
06 de Maio de 2015 às 21:32
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Determinado, controverso, com princípios éticos e deontológicos rígidos, coerente, generoso, difícil, lutador e um mestre para quem com ele estagiou. O jornalista Oscar Mascarenhas, que morreu inesperadamente aos 65 anos, dia 5 de Maio, assim é lembrado por quem trabalhou e partilhou com ele a vida.


O juiz Eurico Reis, com quem integrou a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, recorda Oscar Mascarenhas como "determinado, coerente e lutador". A "defesa do jornalismo verdadeiramente livre e independente" foi uma das batalhas da sua longa carreira iniciada em 1975 no jornal "A Capital".


Além do mundo do jornalismo, Eurico Reis participou também na Associação de Pais da escola onde estudavam os seus filhos. As suas qualidades de lutador também aí se manifestavam, recorda, "na defesa de uma educação que dê aos nossos filhos a capacidade de compreender o mundo e agir sobre ele de forma inteligente e com valores".


Nascido em Goa a 9 de Dezembro de 1949, deixou o curso de Direito a meio para iniciar a actividade jornalística. É no Diário de Notícias, onde entrou em 1982, que faz a maior parte da sua carreira.


João Fragoso Mendes e José António Santos, dois jornalistas que trabalharam com Oscar Mascarenhas no Diário de Notícias, recordam os tempos em que editavam as reportagens uns dos outros. Levou para o DN a expressão "Ficado Especial", para identificar quem ficaria na redacção a apoiar os "enviados especiais" que estavam a fazer a reportagem no terreno.


"Fazia da amizade um acto de fidalguia", recorda José António Santos. Muito generoso, diz, "refugiava-se numa escrita acutilante e por vezes até impiedosa para com os que considerava que eram infiéis aos valores pelos quais lutava". João Fragoso Mendes foi seu colega, seu editor, seu director. Escreviam sobre política. "Líamos e editávamos os textos um do outro", recorda. Quando esteve na direcção, Oscar era o seu "grilo falante". Era o "melhor mestre do DN, sorte tiveram os estagiários que passaram pelas suas mãos, porque ficaram a saber mais do que os outros".

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