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Nova administradora financeira da RTP passou pela KPMG e Autoeuropa
Cristina Vaz Tomé é o nome escolhido pelo conselho geral independente para administradora com o pelouro financeiro na RTP. A engenheira já tem o aval do Ministério das Finanças. O anúncio foi feito na RTP Informação.
O novo conselho de administração da RTP, que irá suceder à equipa demissionária de Alberto da Ponte, já está completo. A Gonçalo Reis e a Nuno Artur Silva irá juntar-se Cristina Vaz Tomé, que ficará responsável pelo pelouro financeiro.
O anúncio foi feito pelo presidente do conselho geral independente, o órgão responsável pela destituição e nomeação de administrações da RTP. "É uma gestora que tem carreira na KPMG. Teve funções no Instituto de Investigação Científica Tropical. Mais recentemente esteve num fundo estrutural europeu", contou António Feijó numa entrevista realizada esta quarta-feira, 21 de Janeiro, na RTP Informação.
O diploma publicado em Diário da República que determinou, em 2012, a nomeação de Cristina Vaz Tomé para o Instituto de Investigação Científica Tropical tem alguns pormenores sobre o curriculum da engenheira. Nascida em 1968, é licenciada em Engenharia de Gestão Industrial, contando com um MBA com especialização em Gestao Internacional.
Segundo a mesma fonte, na KMGP, foi responsável pelos serviços de sustentabilidade e alterações climáticas – Cristina Vaz Tomé deu entrevistas em que indicou que as empresas portuguesas precisavam de dar mais atenção à sustentabilidade. No passado profissional, a futura administradora da RTP "desempenhou funções de engenharia de processo e industrial na Autoeuropa".
De acordo com o que disse António Feijó na RTP Informação, o nome de Cristina Vaz Tomé foi anunciado nesta entrevista porque o Ministério das Finanças deu conta, esta quarta-feira, que "não tinha objecção" a apresentar à escolha. A administradora financeira tem de ter um parecer vinculativo das Finanças.
Vaz Tomé será a responsável pelo pelouro financeiro numa administração que vai ser presidida por Gonçalo Reis, que já esteve na gestão do grupo estatal. Nuno Artur Silva será o responsável pelos conteúdos.
Os comunicados elogiosos e a reputação reposta
A entrada em funções desta equipa – que António Feijó garante ter sido escolhida exclusivamente pelo conselho geral independente e sem qualquer interferência da tutela (Poiares Maduro) – está agora mais facilitada. A equipa de Alberto da Ponte, composta por Luiana Nunes e António Beato Teixeira, anunciou a renúncia, abandonando as funções depois de aprovadas as contas de 2014.
Isto num dia em que o Governo e o conselho geral independente fizeram questão de lançar comunicados em que garantiram elogios ao conselho de administração de Alberto da Ponte. Aliás, a própria equipa que deixa funções ressalvou que só assim ficou "reposta a reputação".
Na entrevista à RTP Informação, António Feijó não soube dizer quando é que a nova equipa vai entrar em funções. "Está dependente do accionista Estado e de prazos legais". Os novos nomes, que com a renúncia da administração actual já podem ser oficialmente indigitados, têm de passar pelo Parlamento e pela CReSAP, o órgão que avalia a adequação para se estar em cargos de direcção na administração pública.