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Luís Cabral é novo CEO da Media Capital. Pais do Amaral e Pires de Lima também saem

Luís Cabral, administrador executivo da Media Capital Rádios, vai suceder a Rosa Cullell como CEO do grupo dono da TVI. O "chairman", Miguel Pais do Amaral, e Pires de Lima saem do conselho de administração.

12 de Julho de 2019 às 18:46
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Luís Cabral, administrador executivo da Media Capital Rádios, vai suceder a Rosa Cullell como CEO do grupo dono da TVI, informou esta sexta-feira o grupo de media. Adicionalmente, o "chairman", Miguel Pais do Amaral, e António Pires de Lima renunciaram aos cargos no conselho de administração.

Rosa Cullell liderava o grupo Media Capital, controlado pela Prisa, desde 13 de julho de 2011. Segundo um comunicado do grupo, "a sucessão interna foi preparada ao longo dos últimos meses".

Luís Cabral, licenciado em Relações Públicas e Publicidade, está à frente da área de negócios de rádio da Media Capital há uma década. Antes, o novo CEO do grupo trabalhou no semanário O Independente, bem como em outras publicações que viriam a integrar a Media Capital. No final de 2003, assumiu a direção comercial da operação de publicidade exterior do grupo, a MCO.


De acordo com a Bloomberg, a troca na liderança da Media Capital decorre da intenção da Prisa, que controla 94,96% do capital, de alterar a estratégia do grupo português no seguimento do fracasso na tentativa de vender a Media Capital.

A dona da TVI indica que foram designados como membros do conselho de administração 
Pedro García Guillén e Xavier Pujol Tobeña, "na sequência da renúncia de Miguel Pais do Amaral e António Pires de Lima". O CEO da Prisa, Manuel Mirat, até agora administrador não executivo, assume o cargo de "chairman". Pires de Lima era administrador não executivo.

"É com enorme sentido de responsabilidade que assumo esta liderança. Aceito o repto com a convicção de que temos todas as ferramentas para enfrentar com sucesso os desafios que temos pela frente", afirma Luís Cabral, citado no comunicado.

Rosa Cullell, também citada no documento, indica que vai continuar ligada ao grupo Prisa.

Segundo o comunicado, a Media Capital registou "uma boa performance comercial" no segundo trimestre deste ano, o que "associada ao controlo de custos, se traduz numa margem de EBITDA próxima de 30%, valor em linha com os anos anteriores".

A empresa acrescenta que reduziu o endividamento líquido para 80,9 milhões de euros, fruto de um "desempenho muito positivo de 'cash flow'".

Audiências da TVI em queda

 

Este ano está a ser marcado pela perda de liderança nas audiências da estação de televisão pela primeira vez desde 2005.

No primeiro semestre deste ano, a SIC obteve um "share" de 19% quase dois pontos percentuais acima da TVI (17,3%).

Tendo em conta apenas o mês de junho a distância entre os dois canais foi de 4,5 pontos percentuais e a TVI surge apenas 1,7 pontos percentuais à frente da RTP1. 

A descida das audiências refletiu-se nos resultados da Media Capital, que viu o EBITDA baixar 83% no primeiro trimestre deste ano. Os resultados líquidos foram negativos (-1,4 milhões), contra lucros no mesmo período do ano passado.

Pela primeira vez em 11 anos, em 2019 a Media Capital não pagou dividendos aos seus acionistas. No ano passado, a Media Capital regressou às contas da Prisa como "uma operação continuada", deixando de estar como ativo disponível para venda

No exercício de 2018, a Prisa reviu em baixa o valor da Media Capital, justificando-o com as perspetivas de longo prazo na atividade da dona da TVI e no aumento do risco país. Avaliou-a em 254,5 milhões de euros, o que compara com os 330 milhões a que estava registada em 2017 e os 416 milhões de 2016.

Conta a Bloomberg que não deram resultado os esforços que a Prisa encetou já este ano para alienar a Media Capital. O Expresso noticiou em fevereiro que a Prisa tinha já este ano contactado potenciais compradores, como a Cofina (dona do Negócios e da CMTV) e a Record TV. 

Há dois anos a companhia espanhola tinha um acordo para vender a empresa de media portuguesa à Altice por 440 milhões de euros, mas o negócio colapsou devido à oposição da Autoridade da Concorrência.

Há vários anos que a empresa espanhola tenta vender a sua unidade portuguesa, mas sem sucesso. Desde a tentativa falhada com a Altice, em 2018, a Prisa procedeu a uma profunda reestruturação do seu negócio em Espanha, que passou pela redução significativa da posição acionista da família Polanco.


(Notícia atualizada às 18:56 com mais informação)

 


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