Notícia
José Eduardo Moniz: Ongoing? "Percebi que era tudo uma fantochada"
José Eduardo Moniz, em entrevista ao Observador, fala das pressões na TVI dos governos de Santana Lopes e de Sócrates. E assume que estava "ceguinho" ao aceitar ir para a Ongoing. E que não tem a ambição de ser presidente do Benfica.
José Eduardo Moniz, ex-diretor da TVI, que se assume como jornalista, garante, em entrevista à rádio Observador, ao programa artigo 38, que quando saiu da TVI - onde voltou agora como consultor - para a Ongoing foi a maneira do governo de Sócrates o silenciar. "Eu fui seduzido por um projeto", sem ter consciência da intenção de silenciamento.
"Quando atingimos grandes audiências na TVI eu disse batemos no teto e temos que nos internacionalizar e comecei a trabalhar nisso", explicou José Eduardo Moniz, justificando que os projetos na TVI não foram para a frente e então a Ongoing apresentou o projeto para a língua portuguesa. "Subitamente sou confrontado com a possibilidade de fazer aquilo que tinha sonhado, isto é proporcionar meios para eventualmente a partir do Brasil" fazer o que tinha ambicionado.
E nesta linha pergunta e responde: "Estava ceguinho? Estava, estava ceguinho. Como ceguinho que sou também tive um cão-guia. A dada altura os olhos abriram e em 2012 tomei a iniciativa de me vir embora. Percebi que era tudo uma fantochada", disse José Eduardo Moniz.
O dinheiro não apareceu quando chegava a acordo a compra de rádios e televisão no âmbito da Ongoing. "Acabo por me arrepender o passo", admitiu. "Aprendi muito" nesses anos.
Pressões de Sócrates e Santana
A partir do momento em que a TVI se tornou líder, José Eduardo Moniz começou a receber pressões dos partidos e do Governo, assumiu na entrevista ao Observador.
Com Pedro Santana Lopes e com José Sócrates as "pressões eram muito grandes", afirmou. No Santana Lopes foi "de forma indireta", dos "lacaios" nas palavras de José Eduardo Moniz que diz que o ex-primeiro-ministro é corajoso.
Já no caso de Sócrates, havia pressão direta sobre a redação e indireta através da administração da TVI, disse Eduardo Moniz. Como se explica que o jornal de Manuela Moura Guedes tenha acabado? "A primeira situação foi da saída de Manuela como apresentadora; nessa altura eu não autorizaria que isso tivesse acontecido", mas "aproveitou uma ausência minha" para sair. "Mantive na cabeça que ela iria voltar", e voltou. "Acho que prestámos um valor inestimável ao país". Depois acabou e José Eduardo Moniz diz que Sócrates teve um papel nisso.
Agora quando voltou como consultor à TVI, o mesmo responsável diz que esteve várias conversas com Rosa Cullell, que foi presidente da Media Capital (tendo saído recentemente), para assumir um papel na ficção e ao fim de várias reuniões. O programa de informação já foi feito a convite de Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI.
José Eduardo Moniz é consultor da TVI e da Plural, da Media Capital. "Faço aquilo que me apetece fazer", disse José Eduardo Moniz, salientando que "se alguém amanhã me chatear vou-me embora", dizendo que se mantém jornalista encartado.
Ligado à televisão portuguesa há muitos anos, José Eduardo Moniz diz que na sua carreira um dos períodos mais desafiantes foi na RTP de 1989 a 1993, em que ficou com a responsabilidade da informação e programação.
Saiu em 1994 "porque não estava feliz", porque "havia muita gente a querer meter a colher".
Na entrevista contou a divergência com Mário Soares nos anos 90 e como se recusou a processar Emídio Rangel de quem disse ter sido um bom adversário. Enquanto estive na RTP "ganhei sempre" a Rangel. "Podia ter passado pelas três televisões", revelou Eduardo Moniz.
Quanto ao Benfica, garante não ter ambição de ser presidente do clube.
"Quando atingimos grandes audiências na TVI eu disse batemos no teto e temos que nos internacionalizar e comecei a trabalhar nisso", explicou José Eduardo Moniz, justificando que os projetos na TVI não foram para a frente e então a Ongoing apresentou o projeto para a língua portuguesa. "Subitamente sou confrontado com a possibilidade de fazer aquilo que tinha sonhado, isto é proporcionar meios para eventualmente a partir do Brasil" fazer o que tinha ambicionado.
O dinheiro não apareceu quando chegava a acordo a compra de rádios e televisão no âmbito da Ongoing. "Acabo por me arrepender o passo", admitiu. "Aprendi muito" nesses anos.
Pressões de Sócrates e Santana
A partir do momento em que a TVI se tornou líder, José Eduardo Moniz começou a receber pressões dos partidos e do Governo, assumiu na entrevista ao Observador.
Com Pedro Santana Lopes e com José Sócrates as "pressões eram muito grandes", afirmou. No Santana Lopes foi "de forma indireta", dos "lacaios" nas palavras de José Eduardo Moniz que diz que o ex-primeiro-ministro é corajoso.
Já no caso de Sócrates, havia pressão direta sobre a redação e indireta através da administração da TVI, disse Eduardo Moniz. Como se explica que o jornal de Manuela Moura Guedes tenha acabado? "A primeira situação foi da saída de Manuela como apresentadora; nessa altura eu não autorizaria que isso tivesse acontecido", mas "aproveitou uma ausência minha" para sair. "Mantive na cabeça que ela iria voltar", e voltou. "Acho que prestámos um valor inestimável ao país". Depois acabou e José Eduardo Moniz diz que Sócrates teve um papel nisso.
Agora quando voltou como consultor à TVI, o mesmo responsável diz que esteve várias conversas com Rosa Cullell, que foi presidente da Media Capital (tendo saído recentemente), para assumir um papel na ficção e ao fim de várias reuniões. O programa de informação já foi feito a convite de Sérgio Figueiredo, diretor de informação da TVI.
José Eduardo Moniz é consultor da TVI e da Plural, da Media Capital. "Faço aquilo que me apetece fazer", disse José Eduardo Moniz, salientando que "se alguém amanhã me chatear vou-me embora", dizendo que se mantém jornalista encartado.
Ligado à televisão portuguesa há muitos anos, José Eduardo Moniz diz que na sua carreira um dos períodos mais desafiantes foi na RTP de 1989 a 1993, em que ficou com a responsabilidade da informação e programação.
Saiu em 1994 "porque não estava feliz", porque "havia muita gente a querer meter a colher".
Na entrevista contou a divergência com Mário Soares nos anos 90 e como se recusou a processar Emídio Rangel de quem disse ter sido um bom adversário. Enquanto estive na RTP "ganhei sempre" a Rangel. "Podia ter passado pelas três televisões", revelou Eduardo Moniz.
Quanto ao Benfica, garante não ter ambição de ser presidente do clube.