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Hackers são ameaça à forma de Hollywood fazer negócios

Sony. Netflix. E agora, HBO. Embora o ataque informático de 2014 à Sony Pictures tenha obrigado as gigantes do sector de entretenimento a levar a segurança informática mais a sério, incidentes recentes expuseram debilidades em toda a cadeia de processos de Hollywood.

13 de Agosto de 2017 às 11:00
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Na semana passada, enquanto a HBO investigava um ataque cibernético nos seus próprios sistemas, um episódio inédito da sua famosa série "Guerra dos Tronos" surgiu na internet após outro ataque a uma empresa parceira de TV por assinatura na Índia. Em Abril, quando 10 episódios da série da Netflix "Orange Is the New Black" foram postos no ar, o incidente foi atribuído a uma empresa subcontratada.

 

Os crimes cibernéticos são um problema crescente para muitos sectores, mas Hollywood está especialmente vulnerável por causa da longa cadeia de pessoas que trabalham na pós-produção de um programa ou filme, segundo especialistas.

 

Os estúdios contam com um exército de freelancers para fazer de tudo, dos efeitos especiais às bandas sonoras, o que cria uma enorme rede de alvos para hackers. Contratar directamente todos esses trabalhadores é uma opção, mas seria caro e poderia limitar o número de profissionais a que os estúdios podem recorrer.

 

"Hollywood precisa admitir que esta tendência vai continuar a crescer e será um problema", disse Mike Orosz, que estuda o risco cibernético como director de investigação do Instituto de Ciências da Informação da Universidade do Sul da Califórnia.

 

A HBO exige que os funcionários usem duas vias de autenticação e palavras-passe fortes nos seus computadores. Eles também recebem formação em matéria de sensibilização para as questões de segurança. Mas a empresa trabalha com muitos freelancers na etapa de pós-produção que mexem em informação confidencial em contas de e-mail pessoais e em aparelhos particulares, o que aumenta as preocupações com a segurança, de acordo com um ex-funcionário que pediu para não ser identificado.

 

"Assim que o conteúdo fique fora das suas mãos, fica também fora do seu controlo", sublinhou Orosz. "Passa a depender da segurança do prestador de serviços que foi subcontratado", acrescentou.

 

A HBO continua a investigar de que forma é que os hackers invadiram o seu sistema informático. Foram roubados episódios das séries "Calma, Larry", com Larry David, e "Ballers", segundo uma fonte conhecedora do processo. Também foram roubados e-mails de um executivo e o resumo de um capítulo inédito de "Guerra dos Tronos", de acordo com a revista Variety.

 

Aparentemente, os hackers não violaram todo o sistema de e-mails da empresa, disse o CEO Richard Plepler aos funcionários na semana passada. A unidade, pertencente à Time Warner, não quis fazer qualquer comentário adicional.

 

Para Hollywood, os hackers são um risco tanto para a reputação como para as empresas. Um filme roubado que aparece na internet antes de chegar aos cinemas perde 19% da sua receita de bilheteira, em média, em comparação com os filmes que são pirateados depois da estreia, de acordo com um estudo de professores da Universidade de Maryland e da Universidade Carnegie Mellon. As pessoas podem não estar dispostas a criar uma conta na Netflix ou na HBO se puderem assistir aos seus programas e filmes preferidos gratuitamente pela internet. 

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