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Governo equaciona compra de participações de Marco Galinha na Lusa

Ministério da Cultura diz que "o Estado procurará uma solução que preserve o papel estratégico da agência noticiosa portuguesa", estando a aguardar parecer do Ministério das Finanças após ter sido feito um estudo de avaliação dos capitais próprios da agência Lusa.

Correio da Manhã
27 de Setembro de 2023 às 19:59
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O Governo está a estudar a possibilidade de adquirir as participações na agência Lusa que o Grupo Bel e a Global Media, liderados por Marco Galinha, anunciaram querer alienar por considerar que deixaram de ser estratégicas.

Essa hipótese foi colocada em cima da mesa depois de as duas empresas terem publicitado a intenção de venderem as suas participações na agência Lusa, que perfazem 45,71%, no quadro da entrada de um novo acionista no capital da dona do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF - o UCAP Group, uma sociedade gestora de fundos suíça, da qual o ministro, Pedro Adão e Silva, foi informado, adiantou o Ministério da Cultura numa declaração à Lusa.

Nessa nota, enviada igualmente ao Negócios, que tinha questionado o Governo na sequência desse anúncio sobre a possibilidade de reforçar a posição do Estado, o Ministério da Cultura sublinha que, "em face destes desenvolvimentos, e considerando o serviço público fundamental prestado pela Lusa, o Estado procurará uma solução que preserve o papel estratégico da agência noticiosa portuguesa", revelando que, nesse sentido, "a agência Lusa promoveu junto de uma empresa de consultadoria e auditoria um estudo de avaliação do valor dos seus capitais próprios que já foi concluído e está, neste momento, a aguardar parecer dos serviços do Ministério das Finanças".

"Concluído este processo e caso haja acordo com o Grupo Bel e a Global Media quanto ao valor da operação, os restantes acionistas privados serão contactados, com o objetivo de apurar da sua disponibilidade para acompanharem um eventual reforço do peso acionista do Estado", complementa.

A Agência Lusa é detida em 50,15% pelo Estado, pelo que se avançar com a compra das participações de 45,71% (22,35% das Páginas Civilizadas, do Grupo Bel, mais 23,36% da Global Media), passa a ficar com 95,86% do capital da agência. O restante capital pertence à NP-Notícias de Portugal (2,72%), ao jornal Público (1,38%), à RTP (0,03%) e à Empresa do Diário do Minho (0,01%).

O Ministério da Cultura salienta, no entanto, a que "a concretizar-se uma alteração da estrutura acionista da Lusa, esta operação implicará necessariamente uma revisão do modelo de governação da agência, de modo a garantir que não haja nenhum risco de interferência política na sua independência editorial".

Esta revisão, assinala, "obriga a um diálogo com os partidos com assento parlamentar, para o qual o Governo está inteiramente disponível".
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