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Global Media decreta "sucesso" da reestruturação

Vítor Ribeiro garantiu que o grupo de Comunicação Social "já está na fase de consolidar a sustentabilidade" conseguida no seguimento da entrada do angolano António Mosquito e de Luís Montez na estrutura accionista.

A Global Media vendeu o prédio que albergava os jornais do grupo na Avenida da Liberdade, concentrando todas as publicações numa das Torres de Lisboa, próxima da 2.ª Circular. Vítor Mota/Correio da Manhã
30 de Março de 2017 às 16:26
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O CEO da Global Media anunciou esta quinta-feira, 30 de Março, que este grupo que detém os jornais Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e a rádio TSF "completou com sucesso o ‘turnaround’" e "já está na fase de consolidar a sustentabilidade".

 

No processo de reestruturação iniciado poucos meses após a entrada de António Mosquito e Luís Montez como accionistas, num negócio concluído em Novembro de 2013 e efectivado em Fevereiro do ano seguinte, Vítor Ribeiro enumerou que foi "fundamental o rigor, o planeamento, a organização, o controlo, o redimensionamento dos recursos e as actividades de identificação de poupanças".

 

O administrador do grupo anteriormente designado por Controlinveste frisou que "os media em geral estão numa situação de stress difícil porque o seu modelo de negócio foi posto em causa, basicamente pelo digital". Face a "grandes reduções de vendas e sem alternativas", o grupo alicerçou a estratégia em três pilares: "crescimento rentável; inovação e qualidade de produto; e eficiência operacional".

 

Durante um debate sobre gestão e liderança, em Matosinhos, o gestor que integra o conselho de administração presidido por Daniel Proença de Carvalho insistiu que "o modelo de negócios [desta indústria] foi literalmente atropelado" e que "não chega e não resolve o tema reproduzir automaticamente e ser muito bom a planear, a organizar, a controlar e a fazer um plano a três anos".

 

O Global Media Group é actualmente detido em 27,5% pelo empresário angolano António Mosquito, que pagou dez milhões de euros por essa participação e é parceiro de Luís Montez (15%), empresário ligado a várias rádios e dono da promotora de espectáculos Música no Coração. Nessa altura, Joaquim Oliveira deixou de ser o principal accionista da empresa, encolhendo a sua posição para 27,5%, enquanto o BCP e o Novo Banco detêm 15% cada. 

 

Trabalhadores difíceis de motivar

 

À frente de um grupo que realizou um despedimento colectivo de 140 pessoas e rescisões amigáveis com mais algumas dezenas, Vítor Ribeiro frisou que os actuais 750 trabalhadores são "muito exigentes na sua motivação". E que essas pessoas "não estão só a colaborar mecanicamente para um plano", mas "têm de entender" por que se tomam determinadas decisões. "E esta parte da comunicação, da motivação e do desenvolvimento das pessoas é a mais difícil", admitiu.

 

"Como líder, sinto-me muito recompensado pelo ‘feedback’ que recebo. E até surpreendido pela positiva porque, ao partilhar com as pessoas as dificuldades e a estratégia, num ápice elas fizeram da estratégia um tema seu, apropriaram-se dele. Estou entusiasmadíssimo por sentir este grande efeito na equipa. Agora o tema já não é ‘há ali uns pensantes que nos vão dizer qual o caminho’, mas é ‘estamos aqui juntos’ e ‘vamos a eles antes que eles venham a nós’", completou o CEO do Global Media Group.

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