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Empresas de media sintonizadas na melhoria dos lucros e da dívida

Media Capital, Cofina e Impresa viram os lucros subirem nos primeiros nove meses do ano. A primeira foi a que mais lucrou, a segunda a que mais aumentou o resultado e a terceira voltou a ter contas positivas. Receitas crescem, mas pouco.

03 de Novembro de 2018 às 10:30
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A semana foi marcada pela apresentação das contas das empresas de media cotadas, com todas elas a apresentarem uma melhoria do resultado líquido nos primeiros nove meses de 2018, um crescimento ligeiro das despesas e uma diminuição da dívida líquida.

 

A Media Capital registou o lucro mais elevado, apresentando um crescimento de 25% para os 12,1 milhões, uma subida de 25%. A Cofina, grupo que detém o Negócios, mais do que duplicou o resultado para 3,69 milhões. A Impresa passou de um prejuízo de 165 mil euros para um lucro de 1,4 milhões.


As receitas estabilizaram ou registaram um ligeiro crescimento. Foi o caso da dona da TVI, onde as receitas operacionais cresceram 3% para 126 milhões de euros, graças sobretudo ao contributo do canal de televisão.

Destaque na Cofina para o crescimento das receitas dos produtos de marketing alternativo (34,6%) e para a produção audiovisual na Media Capital (12%), e do segmento de Publishing na Impresa (10%).

O volume de negócios da publicidade desceu na Impresa e na Cofina, e teve um ligeiro incremento na dona da TVI. Os dois primeiros grupos registaram também uma receita de circulação mais baixa.

Na Impresa, o volume de negócios foi de 126,17 milhões de euros, uma quebra de 0,7% face ao registado em Setembro de 2017. Os números estão expurgados dos rendimentos e gastos associados ao portfólio de revistas alienado no início deste ano.

A Cofina teve receitas de 67,2 milhões de euros, um crescimento de 2% excluindo o contributo da revista Vogue, que foi descontinuada pela Cofina em 2017.


O EBITDA melhorou em todos os três grupos. Cresceu 8% na Media Capital para 24,5 milhões, 52,4% na Impresa para 12,3 milhões e 16,5% na Cofina para 10,7 milhões.


A contenção de gastos mantém-se na Cofina e na Impresa, enquanto na Media Capital os custos operacionais aumentaram 2%. 
 

Positiva foi também a evolução da dívida líquida. A Cofina baixou-a em 9,4 milhões num ano, para 43,9 milhões, a da Media Capital caiu 16% para 93,1 milhões e a da Impresa recuou 3,1 milhões para 189,6 milhões.

Em semana de apresentação de contas, a Cofina valorizou 3,44% nas cinco sessões, a Impresa caiu 1,66% e a Media Capital 9,45%. Desde o início do ano, o grupo dono do Correio da Manhã sobe 47,44%, enquanto a Media Capital desvaloriza 27% e a Impresa 44,4%. 

A dona da TVI é a mais valiosa em bolsa, com uma capitalização de 194 milhões, seguida da Cofina, que valia na sexta-feira 68 milhões. A Impresa fica-se pelos 32 milhões.

Em baixo pode ler a informação mais detalhada dos três grupos.

Lucro da Media Capital sobe 25% até Setembro

O grupo Media Capital alcançou 12,1 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 25% face a igual período em 2017.

 

O grupo Media Capital alcançou 12,1 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, uma subida de 25% face a igual período em 2017, indicou esta segunda-feira a dona da TVI em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). 

As receitas operacionais avançaram 3%, para os 126 milhões de euros, tendo as receitas de televisão subido 2%, para 103,8 milhões, enquanto as receitas de produção audiovisual registado o maior aumento – 12% - ascendendo a 23,3 milhões de euros. 

O EBITDA cresceu 8%, até aos 24,5 milhões de euros, tendo os gastos operacionais aumentado 2%, fixando-se em 101,5 milhões de euros. 

As receitas publicitárias da Media Capital aumentaram 2% face ao período homólogo, cifrando-se em 84,5 milhões de euros. 

Por segmentos, a televisão registou 103,85 milhões de euros de receitas operacionais, um incremento de 2%, tendo as receitas publicitárias neste segmento crescido 1%, para os 69 milhões de euros. Os gastos operacionais aumentaram 3%, para 85 milhões, o que levou a uma queda de 5% no EBITDA, que se situou em 18,8 milhões de euros. 

Na produção audiovisual as receitas cresceram 12%, para 23,3 milhões de euros e os gastos operacionais apenas subiram 3%, para 23 milhões. Desta forma, o segmento apresenta um EBITDA positivo de 265 mil euros, valor que compara com os 1,6 milhões de euros negativos registados em Setembro de 2017. 

Na rádio, as receitas aumentaram 5%, com as receitas publicitárias a subirem 3%, enquanto os gastos operacionais caíram 3%. O EBITDA deste segmento cifrou-se em 4,56 milhões de euros, mais 25% do que um ano antes. 

A dívida líquida da Media Capital diminuiu em 17,7 milhões, ou 16%, face a Setembro do ano passado e situa-se em 93,1 milhões de euros.

 

Cofina mais do que duplica lucros até Setembro

A Cofina fechou os primeiros nove meses deste ano com lucros de 3,69 milhões de euros, mais do que duplicando os 1,5 milhões registados em igual período no ano passado.

A Cofina terminou os primeiros nove meses deste ano com lucros de 3,69 milhões de euros, mais do que duplicando os 1,5 milhões registados em igual período no ano passado, informou esta quarta-feira a empresa que detém o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e Record, entre outros títulos. A subida homóloga cifrou-se em 138%. 

As receitas totais estabilizaram nos 67,2 milhões de euros, uma subida de 100 mil euros, ou 0,2%, face ao observado em Setembro de 2017. No entanto, excluindo o contributo da revista Vogue, que foi descontinuada pela Cofina em 2017, as receitas totais teriam aumentado cerca de 2%, assinala a empresa liderada por Paulo Fernandes (na foto). 

A subida nas receitas foi sustentada pelo segmento de produtos de marketing alternativo e outros, cuja facturação cresceu 34,6% para 13,8 milhões de euros. As receitas de circulação diminuíram 6,2%, para 32,9 milhões, e as de publicidade encolheram 5,9%, para 20,5 milhões de euros. 

O EBITDA consolidado ascendeu a 10,7 milhões de euros, mais 16,5% do que um ano antes, enquanto os custos operacionais recuaram cerca de 2,4%, fixando-se em 56,5 milhões de euros. Os custos com pessoal diminuiram 13%, para cerca de 20,4 milhões de euros.

A Cofina sublinha que "se considerado o EBITDA consolidado após a reestruturação, o mesmo regista uma variação de 58,8% face ao ano passado". 

A dívida líquida da Cofina era, a 30 de Setembro, de 43,9 milhões de euros, uma redução de 3,4 milhões de euros face a 30 de Junho deste ano.

 

Impresa lucra 1,4 milhões até Setembro e obtém "melhores resultados em quatro anos"


A Impresa alcançou 1,4 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, valor que compara com um prejuízo de 165 mil euros registado em igual período de 2017. Francisco Pedro Balsemão destaca que estes são "os melhores resultados em quatro anos".

 

A Impresa alcançou 1,4 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses do ano, valor que compara com um prejuízo de 165 mil euros registado em igual período de 2017, indicou esta segunda-feira a empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão.

As receitas consolidadas cifraram-se em 126,17 milhões de euros, uma quebra de 0,7% face aos valores do período homólogo, expurgados dos rendimentos e gastos associados ao portfolio de revistas alienado no início deste ano.

Nas receitas, o segmento de televisão registou uma quebra de 2,9%, enquanto o publishing apresentou uma subida de 10%. As receitas de publicidade estagnaram, tendo diminuído 0,1%, a subscrição de canais facturou menos 0,7% e as receitas de circulação caíram 3,4%.

O EBITDA nos primeiros nove meses do ano situou-se em 12,3 milhões de euros, o que traduz uma subida de 52,4% em relação às contas pró-forma do período homólogo, destaca a empresa.

A dívida líquida da Impresa era, no final de Setembro, de 189,6 milhões de euros, menos 3,1 milhões do que um ano antes. No comunicado, a empresa refere que "a redução da dívida, a um ritmo mais lento, ficou a dever-se ao financiamento do projecto de expansão do edifício Impresa, e ainda, aos novos estúdios".

Para o CEO da Impresa, Francisco Pedro Balsemão, "os primeiros nove meses do ano reforçam os nossos objectivos: estamos a recentrar o nosso negócio, focando-o no audiovisual e no digital, potenciando as nossas marcas".

"Os lucros nestes primeiros novos meses, o melhor resultado da Impresa em quatro anos, mostram que estamos a cumprir o nosso Plano Estratégico. A dívida líquida continua a ser reduzida de forma faseada. Continuaremos a melhorar os resultados operacionais, através de uma maior eficiência operacional e do crescimento das receitas", acrescenta, citado no comunicado.


No segmento televisivo, principal fonte de receitas da Impresa, a facturação publicitária caiu 1,2%, para 68,6 milhões de euros. A empresa refere que apesar de ter beneficiado da realização do Campeonato do Mundo de futebol este ano, no terceiro trimestre registou-se uma contracção no mercado publicitário, que levou a uma quebra de 6,1% nas receitas.

As receitas de Multimédia, associadas às chamadas de valor acrescentado, sofreram uma descida de 30,6% em termos homólogos nos primeiros nove meses do ano. Para esta quebra contribuíram o final de programas como "A Vida nas Cartas" e "Juntos à Tarde".

Os custos operacionais, por seu turno, desceram 7,7%, para os 91,47 milhões de euros, fruto da "redução dos encargos com pessoal, da redução dos custos de programação - apesar do investimento nos jogos do Mundial, e ainda da menor actividade com os IVR’s [chamadas de valor acrescentado]". 

A descida nos custos permitiu uma subida do EBITDA para 13,8 milhões de euros, mais 47,9% do que um ano antes.


O segmento de publishing da Impresa aumentou em 10% as receitas, para 18,9 milhões de euros, graças aos aumentos nas receitas em publicidade (10,8%), produtos associados (57,6%) e outras receitas (127,6%), estas últimas "alavancadas pelo contributo da unidade de Novas Soluções de Media". As receitas de circulação, contudo, caíram 3,4%.

A Impresa destaca a subida de 21,6% nas receitas digitais de circulação, que representam actualmente 14,5% da circulação total. Agregando as receitas digitais de publicidade e circulação, estas têm um peso de "quase 23% no volume de negócios da área do publishing".



  

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