Crente de que a flexibilidade e a integração entre a vida pessoal e o trabalho é fundamental para o sucesso de uma empresa, Reed Hastings, CEO do Netflix, tira seis semanas de férias por ano para, assim, dar o exemplo, noticiou a CNN esta terça-feira, 3 de Novembro.

"Muitas vezes o melhor pensamento surge quando estás a fazer uma caminhada numa montanha ou algo do género, e tens uma perspectiva diferente de algo", disse Reed Hastings numa conferência em Nova Iorque, citado pela CNN. "Eu tiro muitas férias e sou claro sobre isso internamente, para tentar dar um bom exemplo", acrescentou.

De referir que a Netflix tem uma política de férias ilimitadas, e em Agosto deste ano anunciou que os funcionários poderiam tirar licenças parentais ilimitadas no primeiro ano em que uma criança nasce ou é adoptada, tendo direito ao salário por inteiro durante esse período e podendo alternar entre ficar em casa a tempo inteiro, trabalhar a tempo inteiro ou apenas a tempo parcial.

Segundo o CEO, a política de férias e de licenças parentais do Netflix gera lealdade entre os funcionários e um desejo de ajudar a empresa a melhorar.

"O que estamos a tentar fazer é ganhar lealdade e confiança, que eles [funcionários] realmente se importem com a Netflix, além de se preocuparem com a sua família, e eles vão encontrar maneiras de integrar as duas coisas", disse Hastings, citado pela Fortune.

O responsável defende que a discussão não deve ser em torno de um equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, mas em torno de uma integração das duas coisas, isto é, arranjando formas de ambas coexistirem, em vez de serem pensadas separadamente.

Para ilustrar isto, Hastings usou o exemplo de um casal que se compromete a não olhar para os seus telemóveis durante a hora de jantar, mas que está disponível para responder a e-mails depois de a refeição terminar, conta a CNN.

"É verdadeiramente sobre uma integração com sucesso entre a vida pessoal e o trabalho", disse, acrescentando que "enquanto sociedade estamos todos a aprender como o fazer, e não ficarmos neuróticos ou controlados ou com excesso de trabalho".

Escreve a Fortune que Hastings considera a flexibilidade fundamental, dizendo que está disposto a sacrificar a eficiência pela flexibilidade porque o futuro irá provar que isso é mais valioso para a empresa a longo prazo.