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Sonae Indústria considera "justas e adequadas" preço e condições da OPA da Efanor

Já controlada pela Efanor, a administração da Sonae Indústria considerou a contrapartida oferecida na OPA justa. Até porque antecipa que possa ter de haver um aumento de capital na empresa.

Paulo Duarte
27 de Agosto de 2020 às 20:49
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A administração da Sonae Indústria considera "justas e adequadas" quer a contrapartida proposta pela Efanor na oferta pública de aquisição (OPA) quer as condições.

A Efanor lançou uma OPA sobre a empresa industrial, oferecendo 1,14 euros por ação, o que representava, então, um prémio de 72,7% face à cotação da Sonae Indústria no final da sessão de 31 de julho. E é um prémio de 68,6% face à cotação média ponderada dos seis meses anteriores ao anúncio preliminar. 

No relatório do conselho de administração divulgado esta quinta-feira, 27 de agosto, revela-se que na reunião que deu o "sim" aos termos da OPA - que aconteceu por meios telemáticos - não esteve presente o "chairman" Paulo Azevedo nem o vice-presidente Carlos Moreira da Silva, porque fazem parte da administração da Efanor, empresa que lançou a OPA e que controla 68,6% da Indústria. A Efanor é a "holding" da família Azevedo, na qual Paulo Azevedo é o presidente.

"O presente relatório foi aprovado por unanimidade pelos membros do conselho de administração que se encontravam presentes (Albrecht Olof Lothar Ehlers, Berta Maria Nogueira Dias da Cunha, Isabel Sofia Bragança Simões de Barros, Javier Vega de Seoane Azpilicueta, José Joaquim Romão de Sousa, George Christopher Lawrie e Louis Brassard)", lê-se no relatório, no qual a administração revela que foi aconselhado pela Linklaters durante este processo.

Estes elementos da Sonae Indústria consideram que os planos estratégicos da Efanor para a empresa cotada "aparentam estar alinhados com os objetivos estratégicos da Sonae Indústria e, segundo o melhor entendimento do conselho de administração, (...) não se preveem alterações materiais da situação atual
dos trabalhadores, clientes e fornecedores", com a ressalva de que isto acontecerá "pelo menos até à potencial perda da qualidade de sociedade aberta da Sonae Indústria e ao lançamento de uma oferta para a aquisição das ações dos restantes acionistas minoritários".

Isto apesar da administração realçar, no relatório, "não conseguir analisar qualitativamente o plano estratégico a médio prazo da oferente em relação à Sociedade, de acordo com o seu entendimento sobre o
Projeto de Prospeto, a atual acionista maioritária, Efanor, não planeia alterar substancialmente o atual plano estratégico da sociedade".
 
A linha estratégica será mantida, segundo se refere, e também a confiança na equipa de direção.

A administração considera, mesmo, que esta é uma hipótese para a Sonae Indústria obter "estabilidade financeira", "atendendo aos constrangimentos relativos à estrutura de capital, liquidez e requisitos de
refinanciamento" da empresa, "e tendo em consideração as desafiantes condições económicas a médio prazo, que foram significativamente agravadas pela crise causada pela pandemia da covid-19". Assim, "uma oerta bem-sucedida é uma forma de obter a estabilidade financeira necessária para a Sonae Indústria, permitindo-lhe retomar os seus objetivos estratégicos de médio e longo prazo".

A Sonae Indústria não afasta mesmo a possibilidade de ter de recorrer a um aumento de capital. Os elevados rácios de alavancagem; as consequências económicas e financeiras de curto a médio prazo da crise causada pela pandemia da covid-19 nos lucros e na geração de fluxos de caixa; e as limitações estruturais de acesso aos fluxos de caixa das principais subsidiárias são fatores de pressão, indicando a empresa "a probabilidade de se tornar necessário agir para reduzir materialmente os níveis de dívida".Nomeadamente, a realização de "um aumento do capita lsocial, como uma das possíveis ações destinadas a reduzir o nível de dívida, não pode ser descartado". 

"A falta de visibilidade sobre como poderão ser ultrapassados os desafios identificados, aliada ao elevado nível de incerteza atual (incluindo, entre outros, o nível de incerteza relacionado com os efeitos futuros da pandemia da covid-19) e a volatilidade do setor dos painéis de madeira e derivados, criam obstáculos significativos à avaliação do valor potencial numa perspetiva de longo prazo", pelo que a administração considera "a contrapartida da oferta de 1,14 euros por ação justa e adequada".
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