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Rei dos cogumelos “mete a quarta” para assinar salvação na segunda

Não foi na segunda, nem no dia seguinte, nem esta sexta-feira. Sucessivamente adiada, a escritura de venda dos créditos do grupo Sousacamp à capital de risco Core Capital, que envolve um perdão de dívida de 54 milhões de euros, foi remarcada para 25 de maio.

No verão de 2016, Marcelo Rebelo de Sousa visitou a empresa fundada por Artur Sousa (à direita, na foto). José Coelho/Lusa
22 de Maio de 2020 às 19:31
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A escritura da cessão de créditos das instituições bancárias no maior produtor português de cogumelos a favor da Core Capital tem vindo a ser ultimamente adiada alegadamente devido à complexidade contratual da transação, depois de ter já sofrido atrasos por causa do impacto económico e as incertezas decorrentes da covid-19, que atrasaram o processo de salvação do maior produtor nacional de cogumelos.

 

Inicialmente marcada para a passada segunda-feira, foi remarcada para o dia seguinte e, posteriormente, para esta sexta-feira, 22 de maio. Mas a escritura não se realizou, estando agora agendada para a próxima segunda-feira. Uma situação que, ainda ontem, em declarações ao Negócios, o administrador judicial do grupo Sousacamp já antevia.

 

"Acautelando qualquer dificuldade que possa surgir, porquanto os contratos estão a ser ultimados e terão ainda que ser objecto de validação final pelas diversas entidades que os vão subscrever, também se pré-agendou para o dia 25", explicou, na altura, Bruno Costa Pereira.

 

Em causa está a venda dos créditos do Novo Banco e do Crédito Agrícola, os maiores credores da Sousacamp, que inicialmente tinham concordado em perdoar cerca de 37 milhões, mas que entretanto acordaram em fazer um "haircut" adicional de dois milhões de euros.

Depois de ter aceitado perdoar 24 milhões dos mais de 34 milhões de euros que tinha a haver no grupo, o Novo Banco aceitou perdoar mais 1,4 milhões, enquanto o grupo Caixa Agrícola Mútuo, que já tinha feito um desconto de 11 milhões dos 15,9 milhões que reclamava, acabou por perdoar mais 700 mil euros.

 

Contas feitas, com o perdão global a atingir cerca de 54 milhões de euros, a Core Capital irá, então, ficar com o maior produtor nacional de cogumelos através da liquidação dos créditos daquelas duas instituições, de cerca de 12,3 milhões de euros, assumindo, ainda, as dívidas ao Fisco (2,4 milhões de euros) e à Segurança Social (881 mil euros).

A produtora portuguesa de tomate Sugal, que já é acionista da Core, terá uma participação direta de 10% no grupo Sousacamp.

 

O Novo Banco e o Crédito Agrícola aceitaram, ainda, apoiar a tesouraria do grupo Sousacamp com linhas de créditos de dois milhões de euros.

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