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Pires de Lima desvaloriza críticas ao Portugal 2020

O ministro da Economia, que está a visitar a maior feira mundial de calçado, em Milão, garante que a operacionalização do Portugal 2020 "está a correr bem", desvalorizando as críticas de alguns fabricantes portugueses de sapatos, que classificam o novo quadro comunitário como uma "desilusão".

António Pires de Lima é o 39.º Mais Poderoso 2015
Entrou na lista dos Mais Poderosos em 2013 porque tinha assumido a pasta do Ministério da Economia. Desde então, tem descido. Entrou como 26.º. Este ano é o 39.º. Está a chegar ao fim do mandato. E, apesar das privatizações que conseguiu realizar, que, na maior parte, se associam mais ao seu secretário de Estado, Sérgio Monteiro, pouco visível tem sido o seu trabalho na tutela. E perdeu algumas batalhas como o IVA da restauração. E viu a reforma IRC ser renegada pelo PS.
01 de Setembro de 2015 às 14:39
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Pires de Lima, desta vez calçado com sapatos portugueses, que lhe foram oferecidos pelo presidente da Câmara de Felgueiras, ouviu o empresário chamar-lhe primeiro-primeiro e as suas críticas ao Portugal 2020, e andou. Aconteceu nesta manhã de 1 de Setembro, na Micam, em Milão, onde o ministro da Economia está a visitar muitas das 93 empresas portuguesas de calçado que participam na maior feira mundial do sector. 

 

"Senhor primeiro-ministro, o acesso aos fundos comunitários não está bem feito", insurgiu-se José Machado, dono da Macosmi, perante Pires de Lima, em pleno stand da marca própria da empresa (Coque Terra). O empresário, juntamente com Fortunato Frederico, que lidera a maior empresa portuguesa de calçado, já tinham classificado o Portugal 2020 como uma "desilusão", num trabalho do Negócios publicado esta segunda-feira. 

 

"Sou um homem da indústria, por isso é que não sou primeiro-ministro", gracejou Pires de Lima. "É um homem do Norte, quero vê-lo na fábrica!", desafiou-o José Machado. O ministro disse que sim e prosseguiu viagem. Quando questionado pelo Negócios sobre a matéria, desvalorizou as críticas dos empresários ao Portugal 2020.

 

"Visitei hoje, talvez, 40 dos 93 'stands'. Houve um em 40, o que dá uma média de 2,5%, que se referiu a um problema de acesso a fundos comunitários", começou por responder Pires de lima, que exagerou nos números e médias debitadas - até ao momento, tinha visitado 15 "stands", o que dá uma média próxima dos 7%.

"Nestas coisas, gosto de ouvir o empresário mas de atender à realidade global. E a realidade global é que Portugal foi o primeiro país da União Europeia a aprovar o Programa 2020, o novo quadro comunitário", enfatizou o governante.

Garantiu que o Portugal 2020 "foi um dos primeiros países a operacionalizar o programa", e que até este momento, ao nível dos cerca de 21 concursos já lançados, relacionados com a competitividade e internacionalização, existem "mais de 5.100 candidaturas, um número substancialmente superior" ao que existia no anterior quadro comunitário em igual período e número de concursos lançados. 


Aquele volume de candidaturas, revelou o ministro, "apresentam intenções de investimento de investimento de 3,3 mil milhões de euros, para fundos disponíveis de 1,1 mil milhões de euros". E afiançou que "o investimento está a recuperar em Portugal", considerando que "a operacionalização dos fundos comunitários está a correr ao ritmo possível, atendendo à complexidade própria destes fundos. Está a correr bem. Muito melhor do que no anterior quadro comunitário", sublinhou. 


Quanto às críticas de alguns empresários de calçado ao Portugal 2020, Pires de Lima entende-as como fazendo "parte da atitude dos empresários portugueses apresentarem as suas queixas aos responsáveis. E eu oiço-as como parte integrante do meu trabalho",  rematou.


De resto, elogiou o caminho traçado pela indústria portuguesa de calçado e o trabalho desenvolvido pela APICCAPS (associação do sector).

 

* O jornalista viajou a convite da APICCAPS

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