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Patrões apelam: “Está na hora de comprar calçado português”

Até aqui voltada para o estrangeiro, onde gera mais de 95% das suas vendas, a indústria de calçado lança agora uma campanha no mercado nacional. “Chegou o momento de se apoiar centenas de marcas de calçado portuguesas, responsáveis por 40 mil postos de trabalho”, argumenta.

14 de Maio de 2020 às 15:20
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"Está na hora! De comprar calçado português" é o slogan da campanha que a associação patronal do sector (APICCAPS) acaba de lançar, em plena pandemia da covid-19, a qual está a penalizar fortemente aquela que se apresenta ao mundo como "a indústria mais sexy da Europa", exportando mais de 95% da sua produção.


"Num momento inédito para marcas e consumidores, a APICCAPS lança campanha de sensibilização direcionada ao mercado nacional. Se até aqui, pela dimensão e viabilidade, o setor esteve vocacionado para a exportação, chegou o momento de se apoiar centenas de marcas de calçado portuguesas, responsáveis por 40 mil postos de trabalho", considera a associação, em comunicado.

 

É que o momento é bastante difícil para as fabricantes nacionais de sapatos. Ainda há poucos dias, o diretor de comunicação da APICCAPS descrevia ao Negócios a situação: "Nesta altura, tudo é profundamente incerto e dependerá da duração da pandemia. O que sabemos: vai ser um ano duro. Muito duro", assumia Paulo Gonçalves.

 

De acordo com o inquérito de conjuntura da APICCAPS, quase metade (46%) das empresas da desta indústria estão atualmente fechadas. "Mas deverão voltar ao trabalho regular em maio", sinalizava, então, Gonçalves.

Do total das empresas inquiridas, 92% reportavam um impacto negativo com a pandemia. Redução das encomendas (79%) e dificuldade de abastecimento das matérias-primas provenientes do exterior eram as grandes dificuldades apontadas.

 

Depois de uma década em que as exportações cresceram mais de 50%, o sector do calçado quebrou nos últimos dois anos, tendo fechado 2019 com vendas de 1,8 mil milhões ao exterior.

 

Voltando à campanha "Está na hora! De comprar calçado português", a APICCAPS avança que, no passado recente, o cluster português do calçado e artigos de pele investiu cerca de dois milhões de euros no reforço da sua presença online, sendo que a representação online através de site próprio tornou-se prioritária para cerca de 75% das marcas.

 

"Números que sobem para os 78% no caso das empresas de componentes para calçado e de artigos de pele e marroquinaria", ao passo que "a percentagem de empresas com site é ligeiramente crescente de acordo com a dimensão global de negócio".

"Ao longo da última década, o investimento online tem sido uma das nossas principais prioridades. Isso permite-nos criar maior proximidade com o consumidor que agora se tornou ainda mais digital. As marcas estão acessíveis através de site individual, plataformas coletivas de venda e também nas tradicionais lojas físicas (multimarca e nome próprio). Cabe agora ao consumidor nacional descobrir a qualidade que mais de 163 países reconhecem e valorizam", defende o diretor de comunicação da APICCAPS.

Quanto à presença nas redes sociais, refere-se no mesmo comunicado, o seu impacto é ainda crescente e por isso de aposta prioritária: "Quase 60% das empresas têm presença no Facebook, 37% no Instagram e 21% no Linkedin. Acresce que a presença nas redes sociais não tem relação com a dimensão das empresas. As empresas do cluster mais ativas são as de marroquinaria", sinaliza.
 
"A indústria portuguesa de calçado produz e vende anualmente o equivalente a 80 milhões de pares. Está na hora de os conhecermos", desafia a APICCAPS.

 

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