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Navigator sobe lucros em 57% para 171 milhões de euros
O volume de negócios do grupo aumentou 15% no ano passado para quase 1,6 mil milhões. Navigator diz que com o aumento das vendas de papel e a subida transversal de preços conseguiu compensar o "forte" acréscimo de custos de matérias primas e logística.
A The Navigator Company obteve em 2021 resultados líquidos de 171 milhões de euros, um aumento de 57% face ao lucros registados em 2020.
Em comunicado divulgado à CMVM, a produtora de pasta e papel revela ainda que o volume de negócios aumentou 15% para 1.596 milhões de euros no ano passado e o EBITDA atingiu os 355 milhões, "beneficiando do crescimento de volumes de papel, melhoria de preços de papel, pasta e tissue".
O volume de vendas de papel totalizou 1.474 mil toneladas (mais 16%), o de pasta 292 mil toneladas (menos 26%) e o de tissue 105 mil toneladas (menos 1%).
"O ano ficou marcado pela evolução positiva da procura de UWF (papel de impressão e escrita), particularmente na Europa, depois de um ano de queda expressiva no consumo global de papel em resultado da pandemia", salienta o grupo, acrescentando que, por outro lado, "foi um ano marcado por um forte aumento de custos de matérias primas, energia e logística, essencialmente no segundo semestre".
A Navigator frisa ainda que "conseguiu compensar o forte aumento de custos variáveis, continuando o esforço iniciado em 2020 de contenção de custos fixos, com o aumento de volume de UWF e a implementação de aumentos de preços, transversal a todos os negócios", acrescentando que ao longo de 2021 "foram realizados sucessivos aumentos de preços a par com otimização expressiva dos mixes de vendas". Só no negócio de UWF o preço entre janeiro e dezembro aumentou quase 30%, subida "sem paralelo na história do grupo".
Em 2021 o endividamento líquido foi reduzido em 85 milhões de euros para 595 milhões, depois do grupo ter distribuído dividendos de 100 milhões no primeiro semestre, e, em dezembro, ter antecipado a distribuição de lucros de 2021 no montante de 50 milhões. O rácio de dívida líquida / EBITDA é de 1,68x.
O valor de investimento no ano passado totalizou 80 milhões de euros, em linha com os 81 milhões que investiu em 2020, estando aqui incluído essencialmente investimentos na modernização de equipamentos, otimização da capacidade de produção, manutenção e ambientais, refere.
Os resultados financeiros situaram-se em 18 milhões de euros, um agravamento de 3 milhões face a 2020, o que o grupo atribui essencialmente à variação negativa de proveitos financeiros que em 2020 tiveram um valor muito expressivo.
No comunicado, o grupo liderado por António Redondo sublinha que "o ano de 2021 ficou marcado por um forte aumento de custos, tendo esse sido o maior desafio para a empresa". Foi o caso "dos custos com matérias-primas, custos record de logística, nomeadamente no deep-sea, elevados custos de energia elétrica, de gás natural e de CO2", aponta.
No entanto, o grupo realça pela positiva ter conseguido registar "uma forte entrada de encomendas" e atingir, no caso do papel UWF "a maior carteira de encomendas de sempre nos últimos meses do ano".
Por outro lado, refere ter conseguido compensar o forte aumento de custos com a implementação de uma política adequada de aumento de preços, reduzir os stocks para os níveis mais baixos de sempre e diversificar a sua estratégia ao longo 2021, nomeadamente com o lançamento de uma nova linha no segmento de negócio de packaging.
Esta nova área de negócio do grupo gerou já em 2021 vendas superiores a 40 milhões de euros.