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Martifer baixa lucros mas bate recorde de sete anos com encomendas de 579 milhões

O grupo fechou 2020 com lucros de 6,3 milhões de euros, contra 23,5 milhões no ano anterior - cifra impulsionada por resultados extraordinários -, com a dívida bruta a baixar 21 milhões e a líquida a levar um corte de 30 milhões. E voltou a atingir capitais próprios positivos.

Pedro Duarte, CEO da Martifer.
Rui Neves ruineves@negocios.pt 13 de Abril de 2021 às 17:41

Num ano marcado pela crise pandémica, o grupo Martifer fechou 2020 em terreno positivo, obtendo lucros de 6,3 milhões de euros.

Um resultado bastante abaixo dos 23,5 milhões de euros registados em 2019, ano em que o resultado beneficiou de extraordinários por conta da venda de parques eólicos à Finerge, por 23 milhões de euros, sendo que as sociedade vendedoras eram detidas em 50% pelo grupo de Oliveira de Frades.

Sobretudo pelo impacto "one-off" dessa alienação, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Martifer em 2020 baixou para 19,4 milhões de euros, contra 28,9 milhões no exercício anterior.

Já os proveitos operacionais atingiram em 2020 os 249,3 milhões de euros, o que representou um decréscimo homólogo de 17,3 milhões de euros, avança a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), esta terça-feira, 13 de abril.

 

Por áreas de atividade, a construção metálica segurou a liderança com uma margem mínima, tendo contribuído com 48% para o total de vendas, seguido da indústria naval com 47%, enquanto o segmento das energias renováveis gerou apenas 5% do volume de negócios do grupo controlado pelos irmãos Carlos e Jorge Martins. As exportações valeram 87% das vendas consolidadas. 

Menos dívida, mais encomendas e novamente com capitais próprios positivos

Registe-se que o grupo Martifer, que voltou a atingiu capitais próprios positivos (5,8 milhões de euros), o que acontece pela primeira vez nos últimos cinco anos, continua apostado em diminuir fortemente a sua dívida.

 

No final de 2020, a dívida bruta era de 120 milhões de euros, menos 21 milhões do que um ano antes, enquanto a dívida líquida teve uma redução de 30 milhões para 76 milhões de euros.

Mais uma nota positiva: a carteira de encomendas é "a mais robusta dos últimos sete anos", atingindo os 579 milhões de euros, dos quais 60% a executar este ano e os restantes 40% nos próximos anos.

 

Por setores, 55% do valor das encomendas tem origem na indústria naval e 21% nas estruturas metálicas, seguindo-se as fachadas com 15%.

Foco nas construções metálicas, indústria naval e energias renováveis

"Mantendo o foco, a consistência e a coerência que permitirão consolidar a trajetória dos últimos anos e fazendo jus à história de 30 anos", o grupo Martifer refere que definiu " um posicionamento estratégico claro e objetivo por unidade de negócio".

 

Nas construções metálicas, vai "procurar oportunidades em linha com o desígnio do reforço do perfil exportador do grupo, potenciando a capacidade industrial, em Portugal, para os mercados externos onde a Martifer está presente"

 

Já na indústria naval, quer "concretizar o investimento na nova doca, consolidando o peso desta unidade de negócio no volume de negócios do grupo", assim como reforçar a atividade de manutenção industrial.

 

No negócio das energias renováveis, "quer através da rotação de ativos quer do aproveitamento de oportunidades em projetos eólicos e solares", pretende "continuar a potenciar os sucessos alcançados, nomeadamente nos leilões de energia eólica e solar, na Polónia".

 

E "fazendo jus ao ADN do grupo", refere que vai, também, "procurar oportunidades em particular no setor da energia, em linha com os desafios da transição energética e das metas de descarbonização da economia", área em que integra um mega consórcio pan-europeu, com a Galp, EDP, REN e a Vestas, que visa implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines.



(Notícia atualizada às 18:12)

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