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Lucro da Semapa recua 35% para 73 milhões até setembro
O resultado líquido e o EBITDA dos negócios do cimento e do ambiente aumentaram nos primeiros nove meses do ano face ao período homólogo de 2019. Semapa reduziu dívida em mais de 230 milhões. até setembro.
A Semapa registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 72,8 milhões de euros, o que revela uma queda de 35,1% face ao mesmo período de 2019, justificado pela holding "não só pela redução do EBITDA, em consequência da pandemia, como também por efeitos cambiais negativos na Secil".
Ainda assim, o grupo liderado por João Castello Branco sublinha que só no terceiro trimestre o lucro foi de 42,5 milhões de euros, o que supera mesmo em 10,2% os 38,6 milhões registados no mesmo trimestre do ano passado.
A holding, que detém negócios no setor da pasta e papel (Navigator), do cimento (Secil) e do ambiente (ETSA) salienta no comunicado de apresentação de resultados que "com a reabertura das economias e a recuperação económica progressiva verificou-se uma melhoria de performance em todos os segmentos de negócio da Semapa durante o terceiro trimestre face ao trimestre anterior".
No conjunto dos nove meses, o volume de negócios consolidado do grupo foi de 1.447 milhões de euros, menos 14% em termos homólogos, sendo que só no terceiro trimestre atingiu 505,2 milhões, crescendo 20,9% face ao trimestre anterior.
O EBITDA acumulado até setembro totalizou 326,1 milhões de euros, menos 16,8% do que os 392 milhões de há um ano. Ainda assim, face ao segundo trimestre, aumentou entre julho e setembro 45,8% para 122,8 milhões.
Face ao período homólogo do ano passado, quer a Secil quer a ETSA registaram aumentos do EBITDA de 24,2% e de 47,4%, respetivamente. O mesmo aconteceu em termos de resultado líquido, que na Secil cresceu 26,9% para 19,3 milhões de euros e na ETSA aumentou 74,7% para 4,1 milhões.
O grupo sublinha, no comunicado, que no contexto da crise da covid-19 "continuou a trabalhar ativamente na otimização da geração de caixa, com particular ênfase na gestão de custos, mas também na otimização do fundo de maneio e do capex, com um resultado de geração de cash flow livre de 264 milhões de euros", acima dos 139 milhões de euros do período homólogo de 2019. O valor bruto do investimento realizado nos primeiros nove meses situou-se em 96,7 milhões de euros.
Até setembro, a dívida líquida da Semapa reduziu-se em todos os segmentos de negócio, tendo a dívida líquida remunerada consolidada atingido 1.239 milhões de euros, inferior em 232 milhões de euros à registada no final de 2019.
Mais de mil milhões de exportações
Para o volume de negócios de 1.447 milhões de euros registado até setembro, 1.044 milhões de euros foram gerados no negócio da pasta e papel (Navigator), 380 milhões de euros no cimento (Secil) e 23 milhões de euros no ambiente (ETSA).
As exportações e vendas no exterior até setembro ascenderam a 1.023,7 milhões de euros, o que representa 70,8% do volume de negócios.
No segmento do cimento, o grupo salienta que o efeito da pandemia nas diferentes geografias onde opera foi diverso, destacando o crescimento do volume de negócios no mercado interno em Portugal de 4,2% em termos homólogos e no Brasil de 16,3%, em moeda local. No total, o volume de negócios da cimenteira recuou apenas 1,9% para 380 milhões de euros.
Já o volume de negócios da ETSA cifrou-se em cerca de 23,4 milhões de euros até setembro, o que representou um aumento de 8,2%.