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Lucro da Semapa recua 28% para 167 milhões até setembro
O grupo Semapa investiu 487 milhões nos primeiros nove meses do ano dos quais 295 milhões na aquisição de novas participadas. O decréscimo de 64 milhões nos resultados líquidos até setembro é justificado com a redução do EBITDA no negócio da pasta e papel.
A Semapa registou nos primeiros nove meses deste ano um resultado líquido de 167,2 milhões de euros, o que equivale a menos 27,7% face aos 231,4 milhões apresentados no mesmo período de 2022.
Na divulgação das contas até setembro, o grupo liderado por Ricardo Pires – que controla a Navigator, a Secil ou a ETSA – explica estes resultados com a redução do EBITDA em 165,9 milhões de euros, devido à diminuição de 175,4 milhões de euros registada no segmento de pasta e papel, ainda que combinado com uma melhoria dos resultados financeiros líquidos em cerca de 38,8 milhões de euros e com a redução dos impostos sobre o rendimento em cerca de 36,4 milhões.
Até setembro, a Semapa destaca que investiu 487 milhões de euros, dos quais 295 milhões na aquisição de novas participadas. Neste período a Navigator concluiu a compra da Gomà-Camps Consumer e a Semapa adquiriu 100% na Triangle’s Cycling Equipments.
Já o valor dos investimentos em ativos fixos realizado nos primeiros nove meses atingiu os 192,2 milhões de euros, "valor muito acima do verificado no período homólogo", afirma a holding, acrescentando que só a Navigator investiu 142 milhões, enquanto na Secil esse valor chegou aos 41 milhões.
O volume de negócios consolidado do grupo foi de 2.021,9 milhões de euros, 12,6% abaixo do registado no período homólogo do ano passado, com a Navigator a responder por 1.460,6 milhões (menos 19,9% face ao período homólogo), a Secil a gerar 518,8 milhões (mais 15,7%) e os outros negócios a contribuírem com 42,9 milhões (mais 3,9%).
Segundo refere, as exportações e vendas no exterior ascenderam neste período a 1.484,5 milhões de euros, o que representa 73,4% do volume de negócios.
O EBITDA dos primeiros nove meses totalizou 507,3 milhões de euros, 24,6% abaixo dos 673,2 milhões apresentados no mesmo período de 2022, dos quais 376,5 milhões de euros foram gerados na negócio na pasta e papel (menos 31,8% face ao período homólogo), 117,5 milhões no do cimento (mais 10,7%) e 13,4 milhões de euros nos outros negócios (menos 11%).
A margem EBITDA consolidada atingiu 25,1%, 4 pontos percentuais abaixo da registada em igual período de 2022.
No final de setembro a dívida líquida remunerada consolidada atingiu 1.080,0 milhões de euros, superior em 285,8 milhões de euros à do final de 2022 o que, com o pagamento de dividendos de 136 milhões e o montante de investimento de 487,3 milhões de euros, "demonstra a capacidade de geração de cash flow do grupo", diz a Semapa.